Desenho representa
os ritos funerários de
um líder do Império
Asante, atual Gana.
Imagens
Getty Images
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os séculos até chegar a Hailé Selassié.
A longa tadição e autonomia do país
contibuiu para que, na época da Par-
tlha da África (leia mais nas págs. 32
a 37), a Etópia fosse um dos únicos
territórios – ao lado da Libéria – que os
europeus não ousaram tomar para si.
Essa, pelo menos, é a versão tra-
dicional, defendida pela Igreja local e
pela antga casa real da Etópia. Histo-
riadores e antopólogos, porém, che-
garam a uma cronologia diferente: os
primeiros registos de um reino naquela
parte do mundo não coincidem com o
governo de Menelik 1o, e houve tantas
interrupções ao longo dos tempos que
é impossível afrmar com certeza se há
ligação ente a casa real que chegou ao
século 20 e aquela que teria fndado o
país tês milênios antes.
Alguns estdiosos são mais duros:
para eles, as raízes salomônicas da di-
nasta seriam uma invenção feita por
volta do ano 1270 depois de Cristo, por
um novo rei que queria se legitmar
no cargo e precisava de um argumento
convincente para justfcar o seu poder.
Nessa guerra de versões, o que nin-
guém discorda é que os reinos etíopes
vinham de muito longe. Os primeiros
registos arqueológicos encontados na
Etópia são do período ente os sécu-
los 10 e 8 a.C. e remetem a um reino
cujo nome era grafado simplesmente
como D’mt (normalmente pronunciado
“Damot”). Essa tentatva inicial de orga-
nização unifcada nas terras férteis da
Etópia durou cerca de 500 anos e teria
sido sucedida por uma série de reinos
menores, muitos deles desconhecidos
atalmente.
Por volta do ano 100 da Era Cristã,
uma dessas monarquias dispersas reuniu
forças para restaurar um poder cental
- nascia o Reino de Axum, que durou
por quase um milênio. Na historiografa
Império
do Gana
Também chamado de
Uagadu (“Gana” era o
título do imperador),
prosperou graças
às caravanas que
comercializavam ouro
em pó e sal pelo Saara.
Relatos do século
11 dizem que Gana
podia levar até 200 mil
homens à guerra. Mas,
conforme o Império
do Mali cresceu,
Uagadu perdeu força
e se dissolveu. Seria
recordado em 1957,
quando a Costa
do Ouro se tornou
independente e
passou a se chamar
República de Gana.
até 1250
área
atual
partes de
Mauritânia
e Mali.
os reinos africanos
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