Motociclismo - Edição 254 (2019-02)

(Antfer) #1
FEVEREIRO 2019 motociclismo 75

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PEDRO FAUS LEVOU Alex ao mundial e foi seu
manager durante vários anos


Desde muito cedo ele foi condicionado pelo pai a
passar horas conhecendo a si mesmo, suas mo-
tos e equipamentos, e os circuitos por onde pas-
sava. Os custos aumentaram, claro, mas a família
estava disposta a investir, e os patrocinadores co-
meçavam a acompanhar o menino.
A Caloi permaneceu com ele por todo o início
da carreira, mesmo quando ele não andava mais
com sua mobilete. Tanto na 50 como na 125, lá
estava o sr. Bruno. Alex foi campeão de ciclomoto-
res, 50cc e vice na 125 usando a famosa marca de
bicicletas no macacão. Quando chegou nas 250
ainda nas provas nacionais, já era um garoto “ex-
periente” com apenas 13 anos.
Na década de 1980, o motociclismo de velo-
cidade no Brasil estava se afastando das referên-
cias dos campeonatos mundiais, salvo raras exce-
ções. A difi culdade de trazer motos de competição
e de manter categorias funcionado por aqui cres-
ciam. O alto custo de motos e peças especiais in-
viabilizava muitas categorias em tempos de impor-
tações fechadas. Mas o Brasil tinha novos e jovens
talentos, e eles precisavam voar.
Netinho, pouco mais velho que Barros, já se
aventurava em provas no exterior depois de ven-
cer as categorias aqui. Participou das 100 Mi-
lhas de Daytona em 1982 com apoio da Shell Ya-
maha e caiu quando estava em quarto. Em 1983,
com uma equipe privada, foi aos Estados Unidos e
venceu a prova. Também participou de etapas do
mundial com resultados expressivos.
A família Barros sabia que o garoto precisava
de oportunidades. Com a benção de Eloi Goglia-
no (mais uma vez ele, que ainda vai aparecer em
muitas reportagens do Motostory), presidente da
CBM e importante personagem do motociclismo
brasileiro e sul-americano, os Barros foram leva-
dos a conhecer a poderosa família Ippolito, donos
da Venemotos, equipe venezuelana referência no
mundial e campeã com Johnny Cecotto e Carlos
Lavado. O mundo então fi cou sabendo daquele
pequeno brasileiro.
Novos capítulos, sonhos mais altos e novos


parceiros. Surgia na vida de Alex a equipe Am-
paro Racing e a fi gura de Pedro Faus, o empre-
sário de origem catalã que ajudaria a transformar
não apenas a carreira de Alex, mas parte do mo-
tociclismo brasileiro na década de 1980. Faus foi
o responsável por abrir defi nitivamente o mundo
para Alex. Primeiro, montou no Brasil equipe com
estrutura para que jovens talentos da velocidade
se mantivessem. O próprio Neto fez parte do ti-
me. Depois, com seus contatos na Espanha, le-
vou Alexandre a conhecer o espanhol (também
catalão) Jaime Alguersuari, criador da revista So-
lo Moto e de importantes iniciativas para a criação
de novos valores do motociclismo, como o Cri-
terium Solo Moto, campeonato de formação de
pilotos de onde saíram muitos pilotos espanhóis
relevantes, como Sito Pons, campeão mundial
das 250 e mais tarde dono da equipe Pons pa-
ra quem Barros pilotou por anos, e a prova Su-
perprestigio, que se realiza até os dias de hoje. As
portas do mundial estavam abertas. Mas esta é
uma outra parte da história.

4

(^4) Barros
ingressa no
mundial
na categoria
80cc, aos
15 anos
(^5) Na
categoria
250, um ano
na equipe
Venemotos.
Sem Yamaha
ofi cial na
renovação,
voou para a
Cagiva 500

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