– Preferia não ficar aqui a perguntar.
Mais duas fungadelas.
– É um momento oportuno? – perguntou Harry.
O trinco zumbiu e Harry empurrou a porta.
Quando subiu as escadas, Astrid Monsen estava de pé no corredor com um
xaile em cima dos ombros e os braços cruzados.
– Vi-a no funeral – disse Harry.
– Achei que pelo menos um dos vizinhos devia comparecer – disse ela.
Parecia estar a falar por um megafone.
– Gostaria de saber se reconhece esta pessoa.
Ela pegou relutante na fotografia de cantos dobrados.
– Qual delas?
– Na verdade, qualquer uma. – A voz de Harry ressoou pela escadaria.
Astrid Monsen olhou para a fotografia. Demoradamente.
– Então?
Ela sacudiu a cabeça.
– Tem a certeza?
Ela assentiu.
– Hm. Sabe se Anna tinha um companheiro?
– Um?
Harry respirou fundo.
– Quer dizer que havia muitos?
Ela encolheu os ombros.
– Neste prédio, conseguem ouvir-se todos os sons. Digamos que as escadas
estalam.
– Alguém sério?
– Não faço ideia.
Harry esperou. Ela não se manteve calada durante muito tempo.
– Este Verão havia uma nota escrita à mão com um nome, enfiada num
canto da caixa de correio dela. No entanto, não sei se seria sério...