estava no álbum. Assim quando chegou a casa, encontrou o negativo e
mandou-o revelar.
– Provavelmente numa loja onde revelam fotografias numa hora. Depois,
hoje, voltou ao chalé para a colar onde estava a anterior.
– Hm.
As rodas traseiras do camião à frente deles lançavam lençóis de água suja e
oleosa sobre o pára-brisas, e os limpa-pára-brisas trabalhavam a toda a
velocidade.
– Albu deu-se a grandes trabalhos para cobrir o rasto da sua escapadela –
disse Halvorsen. – Mas achas que foi ele quem matou Anna Bethsen?
Harry olhou para o logótipo nas portas traseiras do camião. AMOROMA –
ETERNAMENTE SEU.
– Porque não?
– Não me pareceu ser do tipo homicida. Um indivíduo bem-educado,
íntegro. Um pai de confiança com um cadastro imaculado, e um negócio que
ele mesmo construiu.
– Foi infiel.
– E quem não o foi?
– Sim, quem não o foi – repetiu Harry lentamente. E explodiu num ataque
de irritação repentina: – Vamos continuar atrás deste camião e apanhar com a
merda dele daqui até Oslo, ou não?
Halvorsen olhou pelo retrovisor e mudou para a faixa da esquerda.
– E qual seria o motivo?
– Vamos-lhe perguntar – replicou Harry.
– O que é que queres dizer? Ir até casa dele e perguntar-lhe? Revelar que
conseguimos provas por meios ilegais e sermos despedidos ao mesmo tempo?
– Não tens de ir. Eu trato disto sozinho.
– E o que é que achas que vais conseguir com isso? Se se souber que
entrámos no chalé dele sem um mandado, não há um único juiz nesta terra
que aceite o caso em tribunal.
– Precisamente por isso.
– Precisamente... Desculpa, estes puzzles estão a começar a cansar-me,