completamente esvaído de cor. – Estremeceu sob a fria rajada de vento.
Depois apontou para o outro lado da rua.
Trond aproximava-se, os braços a pender-lhe dos lados. Abrandou mais e
mais até que, por fim, mal se moveu.
– É acerca do Lev, não é? – disse ao chegar junto deles.
– Sim – disse Harry.
– Está morto?
Pelo canto do olho, viu o rosto boquiaberto na janela.
– Sim, está.
– Óptimo – disse Trond. Depois dobrou-se e escondeu o rosto entre as
mãos.
Bjarne Møller estava de pé a olhar pela janela com uma expressão
preocupada, quando Harry espreitou pela porta entreaberta. Harry deu uma
pancadinha na porta.
Møller virou-se e animou-se.
– Oh, olá.
– Está aqui o relatório, chefe. – Harry atirou uma pasta de arquivo verde
para cima da secretária.
Møller caiu na cadeira, e depois de um certo esforço conseguiu enfiar as
pernas excessivamente longas debaixo da secretária. Pôs os óculos.
– Ah – murmurou, ao abrir a pasta na qual estava escrito LISTA DE
DOCUMENTOS. No interior encontrava-se uma única folha A4.
– Não pensei que quisesses saber todos os pormenores – disse Harry.
– Se tu o dizes, tenho a certeza de que tens razão – replicou Møller, a passar
os olhos pelas linhas generosamente espaçadas.
Harry olhou pela janela, por cima do ombro do chefe. Não havia nada para
ver, apenas uma neblina densa e húmida que se estendia como um guardanapo
usado sobre a cidade. Møller pousou a folha de papel.
– Então limitaste-te a chegar lá, alguém te disse onde o homem morava e
encontraste o Executor pendurado de uma corda?
– Em traços muito gerais, sim.
Møller encolheu os ombros.