semivirgem está a provocar Sua Majestade a ponto de o enlouquecer. Ele negligencia todo o
trabalho para a contemplar, segundo o Arlington me diz.
- E que planeiam fazer?
- Temos um esquema. Formámos um comité para entregar Mistress Stuart ao rei.
Mall não conseguiu conter uma risada. - Pensava que os comités serviam para regular as Leis dos Pobres e limitar o vapor do
carvão. - Não estás a dar ao assunto a seriedade que merece. O rei ficará tão agradecido quando
vencermos a resistência dela que a nossa influência junto dele decuplicará. O Arlington está
comigo, tal como o Ashley, Lorde Bristol e sir Charles Berkeley. - O Clarendon não, depreendo.
- Eles odeiam o Clarendon. É um velho de vistas curtas que trata o rei como se este fosse um
menino. Só reprovaria esta ação. O melhor é que se mantenha longe do Conselho e cuide da
gota. Seria melhor para todos. - Sobretudo para ti – murmurou Mall. – E como, ao certo, pretendem persuadir Mistress
Stuart, que há tanto tempo resiste? - Vamos tratar de tudo para que eles fiquem a sós e ninguém possa interrompê-los.
- Uma violação real, então? Que encantador! Empregam Lorde Rochester como proxeneta?
Oiço dizer que tem uma vasta experiência nesse campo. - Mall, presta atenção. A forma como Mistress Stuart se comporta não é justa para o rei.
Primeiro era só inocência e jogos de cabra-cega, agora é o género de provocação que a
Madame Cresswell sem dúvida ensina às suas meninas para poder vender-lhes a virgindade
vezes sem conta! Qualquer homem perderia o juízo.
Mall seguiu o olhar do irmão, que se detinha, luxurioso, em Frances, que dançava
alegremente com o rei. - E tu também, ao que me parece. Para, George, não quero saber mais disso. Mistress Stuart
assemelha-se um pouco a um catavento, é certo, porque não domina o próprio coração; e aquilo
que realmente quer não pode ter. Mas é honesta e eu não participarei nesse «comité». Na
verdade, desaconselho-te veementemente, bem como a todos os outros, a desistir de tais ideias e
deixar que o rei se desenvencilhe por si mesmo.
Mall não ouviu falar mais dos planos do irmão porque a rainha decidiu, sem mais delongas, ir
para as termas de Tunbridge Wells.
A triste razão que a levava para lá era conhecida de todos: as termas eram afamadas pelas
suas propriedades restauradoras. Entre inúmeras maleitas que se acreditava aliviarem, contava-
se a indução de gravidezes em damas sem filhos. Por aquela altura, já toda a corte cria que a
rainha era estéril e culpava o conde de Clarendon por isso, já que poderia sair beneficiado,
dado que a sua filha Anne Hyde se casara com o irmão do rei, o duque de York, e os filhos
destes seriam herdeiros do trono se o rei não tivesse filhos legítimos.
Havia muita especulação quanto às damas de companhia que a rainha levaria consigo.
Frances, ainda ávida por qualquer diversão que a distraísse de Cobham, ficou encantada ao ser