que não haja hipótese de Mistress Stuart se casar consigo e dar-lhe os herdeiros que impediriam
os netos dele de alcançarem o trono.
- Barbara – perguntou o rei num tom cansado –, nunca esquece a política?
- Nunca – respondeu ela, ajoelhando-se e desapertando as calças do rei.
Escutando o som abafado da voz dela, Frances adivinhou que distração estaria a usar e partiu
antes que ouvisse a entrega relutante do rei.
Frances acordou no dia seguinte com a sensação muito estranha de estar no meio de uma
névoa amarela. Teve de se sentar e abanar-se para perceber se estava a sonhar.
Na verdade, a névoa era um vasto ramo de narcisos tão enormes que escondiam a pessoa que
lhos levava. - São para si, acabados de apanhar ao nascer do sol. – O rosto sorridente de Mary Lewis
surgiu por fim por trás do ramalhete. – São do seu parque. O duque pediu-me que lhe dissesse
que há mais um milhão à espera da sua nova senhora.
Frances sentiu um nó na garganta, tão emocionada ficou com aquela miragem.
A ideia de alguma vez poder ter a sua própria casa com jardins cheios de narcisos era
maravilhosa por si só, mas ainda mais delicioso era saber que talvez tivesse a oportunidade de
a partilhar com um homem que amava e que desejava fazê-la feliz.
Contudo, ainda haveria muitas lombas na estrada que conduzia àquela felicidade. Na verdade,
a miragem era tão encantadora que ela nem suportava imaginá-la, não fosse dar-se o caso de vir
a ser-lhe roubada. - Mary! – Frances saltou da cama, envergonhada por ainda estar deitada, e abraçou a
rapariga, com flores e tudo. – Se ao menos assim fosse, mas o rei ainda não concedeu
permissão. Mas não devo falar das minhas agruras. Lamento a sua perda. - Se lamenta, será a única! – Viu, com alívio, que Mary sorria com tristeza. – A minha mãe
não tinha o dom de fazer amigos. Toda a criadagem suspirou de alívio quando ela partiu. - Mas a Mary sem dúvida terá sofrido com a sua morte.
- Graças ao seu afeto, arranjei coragem para a enfrentar e ela abraçou-me no final. Mas não
tinha um coração caloroso como o seu. Oh, Frances, temos tantos planos para a sua chegada! O
duque deu ordens para que os lençóis da mãe dele fossem lavados e colocados nas camas, incita
os criados a limparem a casa até que brilhe e chega a falar com as galinhas para porem mais
ovos para o seu desjejum.
Frances riu-se, agradada com a perspetiva daquelas delícias novas para ela, mas sentia-se
aterrorizada por poderem estar a ser precipitados. - É uma pena, mas talvez o duque devesse passar menos tempo com as galinhas e mais com o
seu administrador. O rei pediu ao chanceler que estudasse a herança dele e o informasse se ele é
um bom provedor e se a propriedade não será um fardo demasiado pesado.
O rosto de Mary abateu-se. - Não me parece que haja muito nos cofres. O duque queria construir-lhe um pavilhão de
banquetes, mas Mister Payne, que é o administrador, fungou e perguntou: «E como o pagaremos,
Vossa Senhoria?» Mas o duque, sempre otimista, insiste que tudo se resolverá. Se eu tivesse de