dinheiro. Tudo isso levou a polícia a concluir que a garota inglesa fora
mantida como refém em um esquema de sequestro por recompensa, que por
algum motivo não fora comunicado às autoridades em nenhum momento.
Mas por que sequestrar uma jovem de uma família da classe
operária, criada em uma moradia popular em Essex? E quem havia
assassinado os quatro criminosos de Marselha na casa de veraneio no
Lubéron? Essas eram apenas duas questões que os policiais franceses não
conseguiam responder, mesmo um mês após a terrível morte de Madeline
na praia de Audresselles. Eles também não tinham nenhuma pista sobre a
identidade do homem que fora visto correndo diante da casa de monsieur
Banville de madrugada, minutos antes da explosão do carro.
No entanto, um detetive veterano que resolvera muitos casos de
sequestro tinha uma teoria.
— O pobre-diabo era o pagador — disse a seus colegas, confiante. —
Ele cometeu algum erro e a garota morreu por seus pecados.
Mas onde ele se encontrava agora? Presumiram que estivesse se
escondendo em algum lugar, lambendo suas feridas e tentando entender o
que dera errado. Embora jamais viesse a saber, a polícia francesa estava
totalmente certa.
Mas havia muitas outras coisas a respeito daquele homem que ela
nem poderia imaginar, nem em seus sonhos mais loucos. Nunca saberia, por
exemplo, que ele era Gabriel Allon, o lendário espião e assassino israelense
que vinha operando impune em solo francês desde os 22 anos. Ou que o
homem que o resgatara depois da explosão da bomba era ninguém menos do
que Christopher Keller, sobre quem a polícia escutava rumores havia anos.
Ou que os dois, antes arquirrivais, dirigiram-se a uma casa de veraneio à
beira-mar, perto de Cherbourg, onde uma equipe de quatro agentes
israelenses esperavam, a postos. Keller ficou apenas poucas horas na casa
antes de retornar à Córsega, mas Chiara permaneceu lá por uma semana,
esperando que os pequenos cortes no rosto de Gabriel cicatrizassem. Na
manhã do funeral de Madeline Hart, eles foram de carro até o Aeroporto
Charles de Gaulle e embarcaram em um voo da El Al rumo a Tel Aviv. Ao
cair da noite, estavam mais uma vez no apartamento na rua Narkiss.
Durante a ausência de Gabriel, Chiara havia levado o quadro e seus
materiais para o quarto que deveria ser seu estúdio. Mas, na manhã
seguinte, assim que ela saiu para trabalhar no museu, ele trouxe tudo de
volta para a sala de estar. Gabriel postou-se na frente da tela durante três
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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