mortos-vivos presos às suas mesas e às xícaras de café vermelhas da
Volgatek. Mikhail não pôde deixar de se perguntar o que acontecia com um
funcionário demitido de uma empresa administrada e possuída pela
sucessora da KGB. Talvez recebesse um relógio de ouro e uma pensão, mas
Mikhail achava pouco provável.
Por fim, voltaram ao último andar e entraram no espaçoso escritório
de Lazarev, similar a um átrio, onde ele falou longamente sobre sua visão
para o futuro da Volgatek e o papel que queria atribuir a Mikhail. Sua
posição inicial na empresa seria de diretor da Volgatek Reino Unido, a
subsidiária que seria formada para administrar o projeto das Ilhas
Ocidentais. Uma vez que o petróleo estivesse fluindo, Mikhail receberia
responsabilidades maiores, em especial na Europa Ocidental e na América
do Norte.
— Isso seria o suficiente para mantê-lo interessado? — perguntou
Lazarev.
— Pode ser.
— O que seria necessário para convencê-lo a deixar Viktor e vir
trabalhar comigo?
— Dinheiro, Gennady. Muito dinheiro.
— Posso garantir, Nicolai, que dinheiro não é problema.
— Então você tem a minha total atenção.
Lazarev abriu uma pasta de couro e retirou uma única folha de
papel.
— Seu pacote de compensação vai incluir apartamentos em
Aberdeen, Londres e Moscou. Você vai usar jatos particulares, é claro, e
poderá utilizar uma casa da Volgatek que mantemos no sul da França. Além
do salário-base, você receberá diversos bônus e incentivos que levarão sua
remuneração total para algo assim.
Lazarev posicionou a folha na frente de Mikhail e apontou para o
número próximo ao pé da página. Mikhail o observou por um instante,
coçou a cabeça careca e franziu a testa.
— E então? — perguntou Lazarev.
— Nem perto.
Lazarev sorriu.
— Achei que a sua resposta seria essa — disse, guardando a folha na
pasta —, então tomei a liberdade de preparar uma segunda oferta. — Ele a
colocou na frente de Mikhail. — Melhor?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1