Nota do Autor
A versão da pintura Suzana e os anciãos que aparece na história não
existe. Se existisse, seria uma ótima obra, assim como a que está no Museu de
Belas-Artes em Reims, na França. Há de fato um edifício de calcário na rua
Narkiss, em Jerusalém — aliás, vários. Mas não reside ali nenhum oficial da
inteligência israelense chamado Gabriel Allon. A sede do serviço secreto de
Israel não fica mais no King Saul Boulevard, em Tel Aviv. Mantive o
endereço porque sempre gostei do nome. O bombardeio ao Hotel King
David em 1946 é um fato histórico, embora Arthur Seymour — pai do oficial
fictício do MI5, Graham Seymour — não tenha realmente presenciado a
situação. Não há nenhuma exposição no Museu de Israel com os pilares do
Templo de Salomão, pois nunca foi descoberta nenhuma ruína dele.
Existe um restaurante chamado Les Palmiers em Calvi, mas, até
onde sei, nunca foi utilizado como ponto de encontro para dois espiões
russos. A empresa Orsati Olive Oil foi inventada por mim, assim como o
incidente de fogo amigo que levou Christopher Keller — que apareceu pela
primeira vez em O assassino inglês — a deixar o Serviço Aéreo Especial e
tornar-se um matador de aluguel na Córsega. Os que estão familiarizados
com a ilha e suas ricas tradições vão notar que eu dei poderes à minha
signadora fictícia que a maioria de seus colegas não professa ter.
A companhia de energia russa conhecida como Volgatek Óleo e Gás
também não existe. Eu mexi nos tempos de voo da El Al entre Tel Aviv e São
Petersburgo para atender às necessidades da minha operação. Os corajosos
que visitam São Petersburgo no pesado inverno não devem tentar escalar a
gloriosa cúpula da Catedral de Santo Isaac, pois ela fica fechada durante o
tempo frio. Para constar: gosto muito do Café Nero na Bridge Street. Minhas
sinceras desculpas aos hotéis Metropol, Astoria e Ritz-Carlton por executar
operações de inteligência com base em suas instalações, mas tenho certeza
de que não fui o primeiro.
Eu me esforcei para descrever de forma precisa a atmosfera dentro
do número 10 da Downing Street, embora admita que, ao contrário de
Gabriel Allon, nunca tenha passado pela barreira de segurança da
Whitehall. Ao criar Jeremy Fallon, dei-lhe a ampla autoridade que o
primeiro-ministro Tony Blair deu a Jonathan Powell, o chefe de gabinete