Às 17h25, ligou de novo para Keller.
— Onde ela está?
— Continua dirigindo em círculos.
— Talvez esteja só deixando você ocupado. Talvez haja um segundo
carro.
— Você é sempre tão pessimista?
— Só quando a vida de uma jovem está em jogo.
Keller não disse nada.
— Onde ela está agora?
— Se eu tivesse que adivinhar, diria que está indo na sua direção.
Gabriel desligou e pegou o outro celular. Discou o número de
Brossard, pressionou bem o polegar sobre o microfone e encostou o aparelho
no ouvido. Dois toques, seguidos pela voz de Brossard:
— Cadê você, porra?
Gabriel apertou o dedão com mais força contra o microfone e ficou
em silêncio.
— Marcel? É você? Onde você está?
Gabriel tirou o celular do ouvido e desligou. Trinta segundos depois,
discou de novo. Novamente, Gabriel cobriu o microfone com o dedão.
Brossard atendeu no primeiro toque.
— Marcel? Marcel? Achei que tivesse dito para você não usar mais
telefones. Você tem três minutos. Aí eu vou embora.
Dessa vez foi Brossard que desligou. Gabriel guardou o celular no
bolso e telefonou para Keller mais uma vez.
— Como foi? — perguntou o Inglês.
— Ele acha que Lacroix está são e salvo em algum lugar com sinal
fraco de celular.
— Muito fraco.
— Onde ela está agora?
— Chegando perto da praça Charles de Gaulle.
Gabriel desligou e verificou o horário. Em três minutos Brossard iria
embora. Ele estaria agitado, cauteloso. Poderia reparar num homem
perseguindo-o a pé, especialmente se o tivesse visto tomando lager no pub
irlandês quando estava no Le Provence. Mas, se Brossard apenas passasse
pelo homem a caminho do carro, talvez estivesse menos inclinado a
considerá-lo suspeito. Era uma das regras de ouro da vigilância criadas por
Shamron. Às vezes, pregava ele, era melhor seguir um homem pela frente
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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