A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

─ Não se arme em esperto. Já tem problemas que chegue. O que soube no
Cairo? Michael colocou em cima da mesa as fotografias que lhe tinham sido dadas
por Muhammad Awad e virou-as para que Monica pudesse vê-las.
─ Aqui está Hassan Mahmoud, o homem que foi encontrado morto no
navio-baleeiro, num encontro com um homem chamado Eric Stoltenberg, no Cairo,
algumas semanas antes do ataque ao avião. Stoltenberg é um antigo elemento da
Stasi. Trabalhou no departamento que apoiava a libertação nacional e grupos de
guerrilheiros por todo o mundo. Agora é freelancer. Muhammad Awad, antes de
ser alvejado no ferry, disse que Mahmoud se aliara a Stoltenberg.
─ Dois homens a beber um café no Cairo não é algo que possa ser
considerado prova de conspiração, Michael.
Michael controlou-se. Algures durante a ascensão para o topo, Monica
aprendera a arte de fazer descarrilar o seu adversário a meio da linha de raciocínio
com uma crítica negativa ou uma contradição superficial.
─ Fui ao Cairo porque queria falar com Stoltenberg.
─ Por que motivo não passou essa informação a Carter no Centro, e deixou
que alguém da Estação do Cairo tratasse do assunto?
─ Porque queria eu próprio tratar dele.
─ Pelo menos é honesto. Continue.
─ Quando cheguei ao Cairo, Stoltenberg já estava morto. ─ Michael deixou
cair sobre a mesa uma fotografia do rosto desfeito de Stoltenberg. Carter desviou o
olhar e estremeceu. O rosto de Monica permaneceu inalterado. ─ Foi atingido com
três tiros no rosto, tal como Hassan Mahmoud, tal como Colin Yardley.
─ E tal como Sarah Randolph.
Michael olhou para as mãos e depois para Monica.
─ Sim ─ disse. ─ Tal como Sarah Randolph.
─ E acredita que estas mortes são obra do mesmo homem?
─ Tenho a certeza disso. É um antigo assassino do KGB, com o nome de
código Outubro, que foi introduzido no Ocidente em jovem e aqui se arraigou.
Agora é um assassino contratado, o assassino mais caro e mais proficiente do
mundo.
─ E foi Ivan Drozdov quem lhe disse isso?
─ Exatamente.
─ Qual é a sua teoria, Michael?
─ Que Muhammad Awad estava a dizer a verdade: a Espada de Gaza não
perpetrou este ataque. Foi obra de qualquer outro grupo ou indivíduo, executado
em nome da Espada de Gaza. E agora o Outubro foi contratado por este grupo ou
indivíduo para liquidar a equipe que levou a cabo o atentado. ─ Michael ficou

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