A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

─ Papai é que navegou. Eu só bebi chá de ervas e tentei não morrer
congelada.
─ Está tudo bem? ─ perguntou Carter.
─ Está tudo ótimo. Os bebês estão fantásticos.
─ Meu Deus, isso é maravilhoso ─ disse, abrindo um largo sorriso no seu
rosto normalmente plácido.
─ De que estavam a falar, rapazes?
─ Assuntos de trabalho. ─ Tudo bem, vou-me embora. Fica ─ pediu
Michael.
Michael, alguns destes assuntos...
─ Ela pode ouvir a conversa em primeira-mão, ou pode ouvi-la mais tarde,
na cama. Escolhe, Adrian.
─ Fica ─ disse ele. ─ Além disso, é tão bom ter algo belo para onde olhar.
Torna-te útil, Michael, e serve-me mais um pouco de vinho. Elizabeth?
Ela abanou a cabeça.
─ Nada de álcool nem de tabaco durante algum tempo. Carter bebeu um
pouco de vinho e disse:
─ Recebemos um relatório dos serviços franceses há dois dias. Acreditam
ter descoberto a identidade falsa do Outubro. Estava a viver na costa bretã sob o
nome de Jean-Paul Delaroche. Numa aldeia chamada Brélés.
─ Meu Deus, nós estivemos lá, Michael.
─ Vivia tranquilamente numa casa de campo com vista para o Canal. Parece
que era também um pintor talentoso. Os franceses estão a manter as coisas
bastante discretas, como só os franceses são capazes de fazer. Temos um alerta
mundial em nome dele, mas até agora ninguém o viu. Também ouvimos dizer, de
uma série de fontes diferentes, que está morto.
─ Morto? Como?
─ Parece que quem o contratou para te matar não ficou satisfeito por ele ter
fracassado no cumprimento do contrato.
─ Espero que o tenham torturado primeiro ─ disse Elizabeth.
Michael olhava pela janela, em direção ao cais e à baía encrespada mais
além.
─ No que está pensando, Michael? ─ perguntou Elizabeth.
─ Gostaria apenas de ver o corpo, só isso.
─ Todos nós gostaríamos ─ respondeu Carter. ─ Mas, regra geral, estas
coisas não funcionam assim.
Terminou o vinho e estendeu o copo para que lhe servissem mais. Elizabeth
abriu outra garrafa. O senador entrou na sala, o rosto corado e o cabelo

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