A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

deixando-o com um putt de três metros. ─ Porra! ─ exclamou. ─ Está frio demais
para jogar golfe. Vamos passar a tarde em frente à lareira tomando um porre.
─ Leu? ─ perguntou Michael, enquanto Carter retirava a rolha de uma
garrafa de merlot italiano e enchia dois copos.
─ Sim, li. Das duas uma: ou jogava fora ou deixava seguir.
─ Qual delas tomou?
─ Escolhi o caminho dos covardes. Deixei seguir sem comentário.
─ Você é um fracote.
─ Chama-se subterfúgio burocrático. Salvar a pele.
─ Salvar o couro.
─ É a mesma coisa. Você podia aprender uma ou duas coisas comigo.
Normalmente anda com o couro ao léu.
─ Sou um homem de campo, Adrian. Os homens de campo são péssimos
em trabalho burocrático. Você mesmo disse muitas vezes.
─ É verdade.
─ Então como é que ficou tão bom nesse tipo de trabalho?
─ Porque queria uma vida e não podia ter uma se corresse de buraco em
buraco, tentando me lembrar do meu nome falso da semana.
─ A quem deu meu memorando?
─ A Monica Tyler, claro.
─ Deixe-me adivinhar: ela jogou fora.
─ Num instantinho.
─ Não esperava outra coisa.
─ Então por que escreveu?
─ Por achar que é verdade.
─ Acredita mesmo que Mitchell Elliott, com a ajuda de um bando secreto
de agentes vendidos, abateu aquele avião para poder construir o seu sistema de
defesa antimíssil?
Michael assentiu. ─ Sim, acredito.
─ Isso se enquadra na categoria de acusações perigosas demais... pelo
menos sem provas conclusivas. Monica reconheceu isso e eu também.
Sinceramente, o que me incomoda é por que um agente com sua experiência não
seja capaz de perceber isso.
Elizabeth bateu à porta e entrou. O senador convencera-a a sair com ele no
Athena até a baía por algumas horas. Tinha o rosto corado devido ao frio.
Colocou-se em frente à lareira e aqueceu o traseiro junto às chamas.
─ Pensei que você levaria as coisas com calma ─ disse Carter.

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