A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

sobre espionagem, mas era brilhante e aprendia com extrema facilidade. Regra
geral podia ser encontrada à noite, no gabinete do sexto andar, a ler relatórios e
arquivos antigos. Possuía o dom de saber qual a pergunta exata a colocar. Michael
já a vira reduzir a pó apresentadores mal preparados. Carter fez sinal a Osbourne,
que baixou as luzes e deu início à sessão de briefing. Premiu um botão num painel
ao fundo da sala e na tela surgiu uma fotografia.
─ Este é Hassan Mahmoud. Nasceu em Gaza, cresceu num campo de
refugiados e juntou-se ao Hamas durante a Intifada. É um revolucionário islâmico
dedicado e opõe-se à paz com Israel. Foi treinado nos campos do Líbano e do Irã. É
um especialista em bombas exímio e um pistoleiro mortífero. Saiu do Hamas
depois da assinatura dos tratados de paz e juntou-se à Espada de Gaza. É suspeito
do assassinato de um empresário israelense em Madrid e da tentativa falhada de
assassinato do primeiro-ministro jordano em Paris, no ano passado.
Michael fez uma pausa.
─ A fotografia seguinte é um pouco violenta. ─ Mudou de imagem. Tanto
Carter como McManus semicerraram os olhos. O rosto de Monica Tyler não deixou
transparecer qualquer emoção.
─ Acreditamos que este seja Hassan Mahmoud agora. O corpo foi
encontrado a bordo de um navio-baleeiro, vinte milhas ao largo de Long Island. Foi
alvejado três vezes no rosto. Ao seu lado estava o tubo de lançamento de um míssil
Stinger. As primeiras análises confirmam que o míssil foi disparado do navio. A
popa da embarcação estava escurecida e o laboratório encontrou resíduos do tipo
de combustível sólido utilizado pelos Stingers.
─ Quem o matou e por quê? ─ indagou Monica. ─ Como conseguiu fugir?
─ Ainda não temos respostas para essas perguntas. Mas temos uma teoria.
Monica ergueu uma sobrancelha e desviou a atenção da tela para
Osbourne. Tinha o olhar fixo e sem expressão de um terapeuta. Michael podia
sentir que os olhos procuravam fraquezas.
─ Então vamos ouvi-la ─ indicou.
Michael mudou de imagem para uma fotografia aérea de um grande iate de
alto-mar rebocando um barco.
─ Esta fotografia foi tirada ao largo da costa da Flórida quatro dias antes da
queda do avião. O iate está registrado em nome de um cidadão francês.
Pesquisamos e temos quase certeza de que o francês em questão não existe.
Sabemos, contudo, que a embarcação deixou a ilha caribenha de Saint-Barthélemy
oito dias antes do atentado. O barco atrás é uma baleeira de Boston de seis metros,
o mesmo modelo onde o corpo foi encontrado.
─ Onde está o navio neste momento?

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