A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

ministro dos negócios estrangeiros adjunto do Egito, a par de vinte e cinco
transeuntes inocentes. E a lista continua. Um diplomata israelense em Roma.
Outro em Viena. Um adido de Yasser Arafat no Cairo. Um empresário palestino em
Chipre.
─ Mas nunca um atentado contra um avião de passageiros ─ confirmou
Tyler, quando a última imagem desapareceu da tela.
─ Pelo menos de que tenhamos conhecimento. Na verdade, achamos que
nunca tenham visado um alvo americano.
Michael acendeu as luzes e Monica Tyler adiantou:
─ O Diretor vai atualizar o Presidente amanhã de manhã, às oito. Durante a
reunião, o Presidente vai decidir quanto ao bombardeio dessas instalações de
treino. O Presidente quer respostas. Cavalheiros, é sua opinião que a Espada de
Gaza é responsável pela queda do avião?
Michael olhou primeiro para Carter e depois para McManus. Devido à
posição mais elevada, Carter assumiu a responsabilidade de prestar
esclarecimentos. Antes de falar, pigarreou de leve.
─ Monica, segundo as informações de que dispomos neste momento, tanto
pode ter sido a Espada de Gaza como os Washington Redskins.


─ Aquela última resposta foi um golpe de gênio ─ comentou Michael ao
saírem do edifício para o ar da noite. Ergueu o colarinho para se proteger do frio e
acendeu um cigarro.
Carter caminhava a seu lado, uma mão a agarrar uma pasta, a outra enfiada
no bolso. Carter tinha a capacidade de parecer sempre um pouco perdido e
vagamente irritado. Quem não o conhecia tinha a tendência de o subestimar, uma
mais-valia quer em trabalho de campo, quer no mundo burocrático de Langley.
Falava seis idiomas e era capaz de se adaptar às ruelas de Varsóvia, de Atenas, ou
de Beirute com igual facilidade.
Possivelmente alguém ter-lhe-ia dito que aprimorasse o guarda-roupa para
a sede, pois surgia sempre imaculado, com dispendiosos ternos ingleses e
italianos. A roupa de qualidade não assentava bem na sua estrutura baixa e
curvada: um Armani de mil dólares acabava por parecer uma cópia reles comprada
nas lojas dúbias da Wisconsin Avenue, em Georgetown. Michael sempre o
considerara um pouco ridículo, à semelhança de um empregado de uma loja de
roupa masculina exclusiva que veste ternos que não pode comprar. Mas Carter era
um obcecado que nunca deixava nada em mãos alheias, quer se tratasse do ofício,
da esposa e da família, ou do seu jazz. A paixão mais recente era o golfe, que
treinava sem parar com bolas de plástico no diminuto gabinete de paredes de

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