A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Protegeu o arquivo e gravou-o no disco rígido e em dois disquetes. Retirou
o segundo disquete e levou para o quarto. Era tarde, já passava das onze, mas
estava agitada por ter passado a noite no carro e no café. Despiu a blusa e a saia, e
tirou as meias e a roupa interior. Da gaveta da cômoda escolheu um par de calças
de lycra azuis e um pulôver de algodão, que vestiu rapidamente. Na casa de banho
tinha um blusão de nylon que também vestiu, após o que se debruçou sobre o
lavatório e retirou a maquilhagem que tinha quinze horas.
Secou o rosto e olhou para o reflexo no espelho. Aos quarenta anos,
Susanna Dayton ainda se considerava uma mulher relativamente atraente: cabelo
escuro encaracolado que lhe dava pelos ombros, olhos de um castanho profundo,
pele cor de azeitona. No entanto, o esforço começava a evidenciar-se no rosto.
Desde que se divorciara de Jack que mergulhara no trabalho. Dezesseis horas por
dia eram a regra, não a exceção. Saíra com alguns homens, chegara mesmo a
dormir com dois, mas agora o trabalho estava sempre em primeiro lugar. Canon
andava pelo corredor do primeiro andar.
─ Anda, vamos embora.
Susanna pegou o disquete e seguiu o animal até o térreo. Enquanto fazia o
aquecimento, teclou no telefone sem fio o número do vizinho, um lobista
ambiental chamado Harry Scanlon.
─ Vou levar Carson para passear ─ indicou. ─ Se não voltar daqui a meia
hora, peça ajuda.
─ Aonde vai?
─ Não sei. Talvez até Dupont Circle.
─ Onde esteve até esta hora?
─ Trabalhando, como de costume. Quando sair deixo mais uma na sua caixa
do correio.
─ Certo.
─ Boa noite, querido.
─ Boa noite, meu amor.
Desligou. Guardou o pager e o celular numa bolsa, prendeu-a à cintura e
saiu de casa. Sabia que era uma tolice ir correr àquela hora da noite, ouvia com
frequência os sermões dos amigos, mas levava sempre um celular e tinha Carson
para a proteger.
Subiu os degraus da casa de Harry e enfiou o disquete na caixa do correio.
Susanna gostava de ter cópias das cópias de segurança e, se a sua casa ardesse, ou
fosse assaltada, pelo menos Harry teria uma reserva dos seus apontamentos. Harry
pensava que era doida, mas fazia-lhe a vontade. Tinham um sistema: Quando

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