A Viúva Negra

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Sério? Então, por que me convidou para tomar um drinque?
— Precisava conversar com você em particular — ela sorriu. — Era eu que você
estava esperando, Leila. Sou amiga de Jalal.


Juntas, voltaram ao Panorama e informaram à recepcionista que planejavam uma viagem
à Turquia. Não, não precisavam de ajuda para reservar a balsa; alguém já tinha feito isso
para elas. Sim, gostariam de manter os quartos; a estadia na Turquia seria breve. Dra.
Hadawi voltou ao seu quarto sozinha e fez as malas. Depois, enviou uma mensagem de
texto para seu “pai” contando sobre os planos. O pai implorou que ela tivesse cuidado.
Um minuto depois, ele enviou uma segunda mensagem.
ESTÁ BEM?
Natalie hesitou e, então, digitou uma resposta.
SOLITÁRIA, MAS BEM.
PRECISA DE COMPANHIA?
Outra hesitação, depois três batidas na tela.
SIM.
Não houve resposta. Natalie desceu para o terraço, esperando ver Miranda Ward,
mas não havia sinal dela. O russo alto e pálido estava no lugar de sempre no bar, onde
tinha achado uma nova presa. Natalie sentou-se de costas para ele e bebeu o último
vinho de que desfrutaria por muitas semanas. Quando terminou, a garçonete trouxe uma
segunda taça.
— Não pedi isso.
— É dele — a garçonete olhou na direção do bar. Então, entregou a Natalie um
pedaço de papel dobrado ao meio. — Isto é dele também. Parece que é sua noite de azar.
Quando a garçonete foi embora, Natalie leu o bilhete. Sorrindo, bebeu a segunda taça
de vinho, guardou o bilhete na bolsa e saiu sem prestar atenção na criatura odiosa no
bar. Em seu quarto, ela tomou um banho rápido, pendurou o aviso de não perturbe na
maçaneta e apagou as luzes. Então, sentou-se sozinha na escuridão e esperou por uma
batida na porta, que veio às vinte e duas horas e vinte minutos. Quando destrancou a
porta, ele entrou silencioso como um ladrão.
— Por favor — disse ela, caindo nos braços dele. — Diga a ele que quero ir para
casa. Diga que não posso. Diga que estou morrendo de medo.

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