A Viúva Negra

(Carla ScalaEjcveS) #1

lounge de metal e laminado. Natalie supôs que fosse uma agente de inteligência americana
e entrou no primeiro elevador disponível sem olhar a mulher nos olhos. Apertou o
botão do oitavo andar e foi até o canto da cabine, mas, quando as portas estavam se
fechando, uma mão apareceu na brecha. A mão pertencia à loira bonita do lounge. Ela
parou do outro lado da cabine e olhou diretamente para a frente. Seu perfume floral era
intoxicante.
— Qual andar? — perguntou Natalie a ela.
— Pode ser o oitavo mesmo.
O sotaque era francês e a voz era vagamente familiar. Elas não disseram mais nada
uma à outra enquanto o elevador subia lentamente. Quando as portas se abriram no
oitavo andar, Natalie saiu primeiro. Ela pausou brevemente para se localizar e então
começou a andar pelo corredor. A loira bonita foi na mesma direção. E, quando Natalie
parou em frente ao quarto 822, a mulher também parou. Foi aí que Natalie olhou nos
olhos dela pela primeira vez. De alguma forma, conseguiu sorrir.
Eram os olhos de Safia Bourihane.


Em preparação para a chegada de Natalie, o FBI posicionara um casal de agentes, um
homem e uma mulher, no mesmo lounge do Key Bridge Marriott. O Bureau também
tinha hackeado o sistema de segurança do hotel, dando do CNC acesso irrestrito a cerca
de trezentas câmeras. Tanto agentes quanto câmeras tinham notado a loira bonita que se
juntara a Natalie no elevador. Os agentes nem tentaram seguir as duas, mas as câmeras
não se mostraram tão tímidas. Elas observaram de cima a breve interação e rastrearam o
movimento pelo corredor à meia-luz até a porta do quarto 822.
O quarto também estava sendo monitorado pelo FBI. Havia quatro microfones e
quatro câmeras. Todos observavam e ouviam quando as mulheres entraram. Em
francês, a loira murmurou algo que os microfones não conseguiram captar. Então, dez
segundos depois, a caixa retangular sombreada desapareceu da tela gigante no CNC.
— Parece que a rede acabou de fazer contato com ela — disse Carter, observando
enquanto as duas se acomodavam no quarto. — É uma pena o telefone sumir.
— Mas não é inesperado.
— Não — concordou Carter. — Seria demais esperar que ele ficasse ligado.
Gabriel pediu para ver um replay do vídeo do elevador. Carter deu a ordem e, alguns
segundos depois, as imagens apareceram na tela.
— Garota bonita — disse Carter.
— Natalie ou a loira?
— As duas, na verdade, mas eu estava me referindo à loira. Acha que é natural?


— Sem chance — respondeu Gabriel. Ele pediu para ver um close-up do rosto da
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