A Viúva Negra

(Carla ScalaEjcveS) #1

Impala, porém, fora descoberta muito rapidamente com a ajuda do enorme rol de
câmeras de segurança do Tysons Corner. A entrega ocorrera às onze e trinta e sete da
manhã, no segundo andar do Lote B. Um homem de casaco e chapéu, de idade e etnia
indeterminadas, entrara no estacionamento a pé, com uma sacola da L.L.Bean em cada
mão, e as colocara no porta-malas do Impala, que ele abriu depois de entrar no carro
por uma porta destrancada. Em seguida, ele saiu da garagem, novamente a pé, e foi para
a Route 7, onde câmeras de trânsito o viram entrando em um Nissan Altima com placa
de Delaware, alugado na sexta-feira à tarde no ponto de vendas da Hertz na Union
Station. Os registros da locadora identificavam a cliente como uma mulher chamada
Asma Doumaz. O nome não era conhecido deles.
Nada disso explicitava o conteúdo das sacolas, embora o método altamente
profissional de entrega sugerisse o pior. Pelo menos, um oficial sênior do FBI, para não
mencionar um assessor político de alto escalão, recomendou uma varredura imediata no
quarto. Mas cabeças mais frias, incluindo a do presidente, tinham vencido. As câmeras e
os microfones alertariam o FBI no minuto em que as duas começassem a se preparar
para entrar em ação. Enquanto isso, os aparelhos de vigilância podiam fornecer
informações valiosas, como os alvos e as identidades de outros membros das células de
ataque. Como precaução, a equipe da SWAT e a equipe de resgate a reféns do FBI,
silenciosamente tinham se posicionado ao redor do hotel. Por enquanto, a gerência do
Marriott não sabia de nada.
O sinal das câmeras e dos microfones dentro do quarto 822 fluíam do CNC para a
Casa Branca e além. A câmera principal estava escondida dentro do console de
entretenimento; ela vigiava os indivíduos como uma teletela observando Winston Smith
em seu apartamento na Mansão Vitória. Indivíduo dois estava deitado seminu na cama,
fumando — o que violava tanto as leis do hotel quanto as leis do ISIS. Indivíduo um,
uma não fumante devota, tinha pedido permissão para sair do quarto e tomar ar fresco,
mas indivíduo dois negara. Segundo ela, seria haram sair.
— Quem disse? — perguntou indivíduo um.
— Saladin disse.
A menção do nome do mentor elevara as expectativas do CNC e da Casa Branca de
que logo indivíduo dois compartilharia informações críticas. Em vez disso, ela acendeu
mais um cigarro e, com o controle remoto, ligou a televisão. O secretário de segurança
nacional estava no palanque.
— O que ele está dizendo?
— Que vai haver um ataque.
— Como ele sabe?
— Ele não quer falar.
Indivíduo dois, ainda fumando, checou seu telefone — um telefone que o FBI e a
Agência de Segurança Nacional não tinham conseguido monitorar. Então, franziu os
olhos para a televisão. O secretário de segurança nacional tinha concluído sua coletiva de

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