estavam fixos na saída do hotel, onde uma BMW sedã preta esperava para virar na M
Street.
— É nosso homem — disse ele.
— Tem certeza de que é ele?
— Absoluta.
A BMW contornou uma rotatória de pequenas árvores e arbustos e acelerou na M
Street.
— Com certeza é ele — concordou Mikhail.
— Estou fazendo isto há muito tempo.
— Aonde acha que ele está indo?
— Boa pergunta. Talvez você devesse segui-lo e descobrir.
Saladin virou à direita na Wisconsin Avenue e então entrou abruptamente à esquerda na
Prospect Street. No lado norte ficava o Café Milano, um dos restaurantes mais populares
de Georgetown. Diretamente em frente ficava um dos estacionamentos mais caros de
Washington. Saladin deixou o carro com um atendente e entrou no restaurante. O maître
e duas hostesses estavam atrás de um balcão em formato de púlpito no salão de entrada.
— Al-Farouk — disse Saladin. — Tenho uma reserva para dois.
Uma das hostesses checou o computador.
— Para as oito?
— Sim — disse ele, evitando os olhos dela.
— Chegou cedo.
— Espero que não seja um problema.
— Claro que não. Sua acompanhante está aqui?
— Ainda não.
— Posso levá-lo para a mesa agora ou, se preferir, você pode esperar no bar.
— Prefiro me sentar.
A hostess levou Saladin a uma disputada mesa perto da entrada do restaurante, a
alguns passos do bar.
— Vou jantar com uma jovem. Ela deve chegar em alguns minutos.
A hostess sorriu e pediu licença. Saladin sentou-se e examinou o interior do
restaurante. Os clientes tinham dinheiro, conforto e poder. Ele ficou surpreso de
reconhecer alguns, inclusive o homem sentado à mesa ao lado. Era um colunista do The
New York Times que tinha apoiado — não, pensou Saladin, era uma palavra muito fraca,
tinha feito campanha pela invasão americana no Iraque. Saladin sorriu. Qassam el-Banna
escolhera bem. Era uma pena que ele não fosse ver os resultados de seu trabalho.
Um garçom apareceu e ofereceu um drinque a Saladin. Com uma confiança ensaiada,