A Viúva Negra

(Carla ScalaEjcveS) #1

S


GEORGETOWN

afia obviamente sabia aonde estava indo. Depois de virar à direita na M Street, ela
atravessou voando o farol vermelho no fim da 34th e desviou abruptamente para a Bank
Street, uma viela de paralelepípedos que subia um pequeno morro até o Prospect.
Ignorando a placa de PARE, ela virou à direita e depois, novamente, à esquerda na 33th.
Era uma rua de mão única que cortava todo o West Village de Georgetown do sul para
o norte, com cruzamentos de quatro ruas a cada quarteirão. Safia voou pela N Street sem
desacelerar. Estava segurando o volante firmemente com a mão esquerda. A direita, na
qual ficava o detonador, apertava o câmbio.
— Ainda estão atrás de nós?
— Quem?
— Os americanos! — gritou Safia.
— Que americanos?
— Os que estavam vigiando a gente no hotel. Os que seguiram a gente até o
shopping.
— Ninguém seguiu a gente.
— Claro que seguiu! E estavam esperando a gente agora no estacionamento do hotel.
Mas ele os enganou.
— Quem os enganou?
— O Saladin, é claro! Você não está ouvindo as sirenes? O ataque começou!
Natalie estava ouvindo. Havia sirenes por todos os lados.
— Alhamdulillah! — disse, em voz baixa.
— Sim — concordou Safia. — Alhamdulillah.
Em frente, um idoso entrou na faixa de pedestres na O Street, seguido por um bassê
na coleira. Safia bateu a mão com o detonador na buzina, e ambos, o homem e o cão,
saíram do caminho do carro. Natalie olhou por sobre o ombro. Eles pareciam ilesos.
Bem atrás delas, um carro dobrou a esquina da Prospect Street em alta velocidade.
— Onde já atacamos? — perguntou Natalie.
— Não sei.
— Qual é o meu alvo?
— Em um minuto.
— Qual é o seu?
— Não importa — o rosto de Safia se alarmou. — Estão vindo!
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