Morte em Viena

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Estou igualmente a insinuar que ele mandou assassinar Max
Klein para o calar. Carter levou um momento até responder.
— Se Vogel está envolvido, trabalha através de tantos canais e
testas-de-ferro que nunca serão capazes de formar uma acusação contra
ele. Além disso, o atentado e a morte de Max Klein são assuntos austríacos,
não israelenses, e nenhum promotor de justiça austríaco vai abrir uma
investigação por assassinato contra Ludwig Vogel. É um beco sem saída.
— O seu nome é Radek, Adrian, não Vogel, e a questão é porquê.
Por que razão estava Radek tão preocupado com a investigação de Eli
Lavon para o matar? Mesmo que Eli e Max Klein conseguissem provar
conclusivamente que Vogel era na verdade Erich Radek, ele nunca seria
levado a julgamento pelo Ministério da Justiça austríaco. Ele está
demasiado velho. Já passou muito tempo. Não restam mais testemunhas,
exceto Klein, e não há hipótese de Radek ser condenado na Áustria baseado
na palavra de um velho judeu. Então por que recorrer à violência?
— Soa-me que tem uma teoria.
Gabriel olhou por cima do ombro e murmurou para Shamron
algumas palavras em hebraico. Shamron entregou a Gabriel uma pasta
contendo todo o material que ele recolhera no decorrer da sua
investigação. Gabriel abriu-a e retirou um só item: a fotografia que tirara da
casa de Radek em Salzkammergut: Radek com uma mulher e um rapaz
adolescente. Colocou-a na mesa e girou-a para que Carter conseguisse ver.
Os olhos de Carter moveram-se para a foto e em seguida de volta para
Gabriel.
— Quem é ela? — perguntou Gabriel.
— A sua mulher, Mônica.
— Quando se casou com ela?
— Durante a guerra — disse Carter —, em Berlim.
— Nunca foi mencionado um casamento aprovado pelas SS no seu
cadastro.
— Há muitas coisas que nunca foram mencionadas no cadastro SS
de Radek.
— E depois da guerra?
— Ela estabeleceu-se em Pullach sob o nome verdadeiro. A criança
nasceu em 1949. Quando Vogel se mudou para Viena, o General Gehlen não
achou seguro que Mônica e o filho vivessem com ele abertamente, nem a
Agência. Foi organizado um casamento com um homem da rede de Vogel.
Viveu em Viena, numa casa nas traseiras de Vogel. Ele visitava-os ao fim do
dia. Eventualmente, acabou por construir uma passagem entre as casas,

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