Vegetarianos - Edição 147 (2019-01)

Vegetarianos 5 3

Cafe `

Diferenças de grãos, torras e preparos proporcionam

diferentes experiências na xícara. Entenda as variedades,

a história e os benefícios da bebida à saúde

Por Julia Guglielmetti Fotos Shutterstock

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ão é à toa que ele
é protagonista no
café da manhã e
no café da tarde
de grande parte
dos brasileiros. Muito mais do
que passar água quente pelo pó
escuro, essa bebida tão popular é
complexa e cheia de nuances.
Para começar a entender, o
barista, mestre de torra de café
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Matheus Pedro Tinoco, explica que
existem duas variações comerciais
de grãos. “Arábica, que tem mais
açúcar e menos cafeína, e Robusta,
que tem menos açúcar e mais
cafeína. Como o próprio nome já diz,
a planta da Robusta é, realmente,
maior e tem um maior potencial
produtivo. Seu sabor é menos
agradável, mas se produz com mais
facilidade, com menos fertilizantes e
de forma mais barata.”
Dentro dessas duas espécies,
existem diversas variedades de
plantas com diferentes aromas
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qual clima e como é feita a colheita,
são algumas das condições que
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“A acidez é um ponto essencial

na qualidade. Quanto mais alta

for a região do plantio, melhor

pode ser o café. É preciso que

se equilibre a doçura e os sais

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sensação de frescor no paladar, ao

mesmo tempo que há o amargor

balanceado da torra”, comenta

Hallyson Ramos, especialista do

Museu do Café, em Santos (SP).

Entendendo a torra

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massa, nos supermercados, muitas

vezes, contêm excesso de defeitos

e, por isso, são muito torrados

e, consequentemente, muito

amargos. “É tipo tomar água de

carvão”, diz Tinoco. Por essa razão,

criou-se o hábito de beber café com

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de baixa qualidade é o principal

responsável pelo vício no açúcar. É

um café cheio de defeitos, amargo

e desagradável.”

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um tipo ruim tem menos açúcar

natural, porque sua planta foi

menos desenvolvida e sua colheita,

feita cedo demais. “Quando a fruta

A

história do café começa

nas regiões altas da

Etiópia, na África, e é

muito relacionada à lenda

Kaldi. O mestre Tinoco conta

que “um pastor Kaldi percebeu

que suas cabras estavam

muito agitadas. Foi investigar

e descobriu que elas estavam

comendo um arbusto próximo.

Pegou algumas das frutas e

levou para os monges, que

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seu poder medicinal energético

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sono. A descoberta se espalhou

pelos mosteiros, tornando

a bebida popular entre os

monges.

Lenda Kaldi

está madura, ela está boa e bem

doce. Mas quando está verde,

amarra no paladar. Acontece

o mesmo com o café. Por isso,

é mais interessante sentir não

apenas o amargor da torra, mas

também a doçura da sua polpa,

que passa para a semente e,

consequentemente, para a torra