88 quatro rodas dezembro
A
GM não poderia ter sido mais
feliz quando anunciou o Opala
como “o carro certo”: estrela do
Salão do Automóvel de 1968, o
Chevrolet consolidou-se na preferên-
cia do público com sua variedade de
versões, carrocerias e motores. Essa
boa impressão pavimentou o sucesso
do Chevette, primeiro compacto do
fabricante norte-americano no Brasil.
O pequeno Chevrolet era o resulta-
do do projeto 909, desenvolvido em
conjunto com a alemã Opel, com a ja-
ponesa Isuzu e com a colaboração de
engenheiros brasileiros. Apresentado
em abril de 1973, o Chevette chegou
ao nosso mercado quatro meses antes
do Opel Kadett C alemão e um ano e
meio antes do Isuzu Gemini.
“Os protótipos do Chevette fo-
ram testados em estradas sem pa-
vimentação para submetê-lo a uma
tinha fluxo cruzado de gases e co-
mando de válvulas acionado por
correia dentada, primazia na época.
A direção era rápida e precisa e o
câmbio manual de quatro marchas
tornou-se referência pelos engates
curtos e secos.
“Quem tem prazer em dirigir vai
gostar do Chevette”, escreveu na
época o jornalista Expedito Marazzi,
cativado pelas arrancadas violentas e
pela facilidade com que o motor che-
gava aos 6.000 rpm. O já bicampeão
de F-1 Emerson Fittipaldi elogiou os
freios a disco e a estabilidade: “Pode-
-se entrar forte nas curvas que ele se
mantém equilibrado”.
O desempenho era muito bom para
a época: 0 a 100 km/h em cerca de
19 segundos e máxima em torno dos
140 km/h. Nenhum concorrente ti-
nha uma dirigibilidade tão apurada:
severidade maior”, conta Pedro
Manuchakian, engenheiro com 41
anos dedicados à General Motors.
“Superconfidenciais, os testes eram
realizados na inóspita localidade
de São Simão, em Goiás, onde não
fomos visitados pelos caçadores de
segredos de QUATRO RODAS.”
Produzido na fábrica de São José
dos Campos (SP), o Chevette era o
que havia de mais moderno no mer-
cado nacional. A preocupação com
a segurança era evidente: o pequeno
sedã de duas portas inovou com zo-
nas de deformação programada na
carroceria, coluna de direção retrátil
e tanque de combustível isolado logo
atrás do encosto do banco de trás.
Sua concepção era clássica, com
tração traseira e motor dianteiro
de quatro cilindros, 1,4 litro e 68 cv.
Ainda em ferro fundido, o cabeçote
Primeiro compacto da GM no Brasil, o Chevette foi aprovado pelo
público e pela crítica por duas décadas – Por felipe bitu | fotos Christian Castanho
Pequeno sucesso
a primeira fase
do Chevette (de
1973 a 1977 ) foi
apelidada de tubarão
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