— Bem-vindo ao meu apartamento remodelado — ironizou Regina,
descoroçoada.
— Filhos-da-puta — rosnou Patrício, espantado com a visão daquele
terramoto.
— O que quer que eles estivessem à procura — deduziu ela —,
encontraram de certeza.
— Deviam estar à procura de dinheiro e documentos.
Patrício abanou a cabeça, chocado com a destruição. Já Regina, à vista
daquela demonstração, tinha baixado os braços, sentara-se no chão da sala,
abatida no meio dos destroços do apartamento. O que podia fazer? Era
evidente que Nuno havia sido levado de casa à força. Mas para onde? E
estaria ainda vivo? Estava pronta a desistir, a render-se, a admitir que jamais
conseguiria encontrá-lo. As pessoas que tinham feito aquilo eram demasiado
poderosas para uma mulher sozinha. Regina sentiu-se desesperada, derrotada.
Mas depois tomou um duche frio, sossegou e, quando Patrício chegou, já ela
havia transformado o desânimo inicial em raiva e, com esta, renovado a sua
determinação.
— Vamos embora — disse. Agarrou na mala e saiu porta fora, decidida a
fazer qualquer coisa para encontrar Nuno. Mas, para começar, havia um sítio
onde queria ir.