Uma noite em Nova York

(Carla ScalaEjcveS) #1

quase indigente. Em comparação com aquele, o pequeno apartamento dela era
amplo e a mobília, as cortinas, os pormenores de decoração pareciam
suntuosidades excessivas, embora o tivesse montado com os restos da casa
dos pais, os móveis do seu quarto de menina e muita habilidade e dedicação
para o tornar um verdadeiro lar. Mas Filipe não tinha o engenho feminino
para os lavores, nem qualquer interesse pelo espaço que habitava. Sempre o
considerara provisório, compreensivelmente, e, portanto, indigno de
melhorias para o tornar mais cômodo e agradável. Contentava-se com uma
cama onde se pudesse deixar cair ao fim da noite, uma torre de livros como
mesa de cabeceira, um roupeiro, um banheiro.


Com o tempo, porém, Patrícia afeiçoou-se àquele quarto fedorento por ser o
espaço de Filipe e pelos momentos ali passados que lhe acudiam à memória
em outras horas do dia em pensamentos felizes. O cheiro do ar espesso, da
umidade impregnada, de um cinzeiro transbordando, das folhas dos livros,
eram odores que faziam-na sorrir se os sentia por acaso em outro lugar
qualquer.


Deitaram-se de frente um para o outro e Filipe, fazendo-lhe uma carícia no
rosto, perguntou “por que você não foi jantar com o seu colega?”


– Porque você ficou zangado.
– Você queria ir?
– Não era importante. Se te incomodava, não queria.
Filipe beijou-a num impulso, foi o primeiro e tão ansiado beijo. Nessa noite
ela sentia-se vulnerável, desejosa de amor, incapaz de lhe resistir. Admitiu a si
mesma que não lhe queria resistir mais, queria-o muito, ser beijada, tocada,
ter a pele arranhada pelas faces agrestes da barba por fazer. Patrícia abriu a
boca para deixar entrar a língua dele e senti-la em contato com a sua. A mão
esquerda dele começou a explorar o corpo dela, afagando-lhe os seios,
desabotoando-lhe um botão da camisa, deslizando por baixo até lhe descobrir
um mamilo e brincar com ele, apertando-o levemente, provocando-lhe
sensações maravilhosas, um arrepio no ventre. Ele acabou de lhe desabotoar a
camisa, o sutiã, fazendo-a rolar na cama, deitando-a de costas. As suas mãos
envolveram-lhe os seios enquanto lhe beijava os mamilos alternadamente, os
chupava. Patrícia enterrou as mãos entre os cabelos dele, despenteou-o,
agarrou-se com mais força conforme as ondas de prazer.


Depois a mão dele desceu pela barriga dela até às pernas, ao interior das
coxas, subindo por debaixo da saia. Patrícia fechou as pernas instintivamente,

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