Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019
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O RESPEITINHO NÃO É BONITO
Falemos, então, do caso e-Toupeira
N
os últimos dias, vários
leitores insistiram em
perguntar-me pelo caso
e-Toupeira , até por eu estar
a dedicar tanto tempo ao
caso de Rui Rangel. Aquilo
que estava subentendido na maior
parte dos pedidos era esta dedução
malévola: sendo eu benÆquista, é
suposto ter Æcado felicíssimo pelo
facto de a SAD do BenÆca não ter
sido levada a julgamento, daí
manter-me calado perante aquilo
que consideravam ser uma
tremenda injustiça.
Deixem-me, então, clariÆcar
duas ou três coisinhas a esse
propósito.
1) Eu gosto de futebol, mas gosto
muito mais dos bons princípios
que os meus paizinhos me
ensinaram, e nesse particular o
futebol português, muito por culpa
do ambiente insano, violento e
malcriado que é todos os dias
alimentado no espaço mediático
por clubes, televisões,
comentadores e adeptos fanáticos,
João Miguel Tavares
é uma miséria absoluta. Fora das
quatro linhas, o futebol português
é feio, porco e mau, e isso é
transversal aos vários clubes,
agravando-se naqueles que têm
mais poder e mais dinheiro. Em
tempos já foi o Porto, hoje em dia é
o BenÆca.
2) Há muito que Æz a minha
avaliação acerca das
personalidades de Jorge Nuno
Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira,
e acho que estão bem um para o
outro, independentemente das
suas capacidades (que as têm) na
gestão dos clubes. Aliás, estou
convencido que a longevidade de
ambos à frente de Porto e BenÆca
se justiÆca, em primeiro lugar, por
razões de estatuto social e de
protecção pessoal, e não por um
amor ao clube que não consigam
conter.
3) A forma como os clubes são
geridos, com os seus presidentes a
serem reis e senhores de tudo, vai
contra as boas práticas de qualquer
empresa competente — daí tanta
promiscuidade e tantos negócios
de bastidores incompreensíveis e
inescrutáveis. Quando em cima
disso ainda se acrescenta, como
acontece no BenÆca, um
presidente que diz que não ganha
um tostão no clube ao mesmo
tempo que tem empresas falidas e
dívidas de centenas de milhões aos
bancos, é evidente que só mesmo
com duas palas vermelhas nos
olhos é que alguém pode achar isto
normal. Eu não acho.
Dito isto, aquilo que o caso
e-Toupeira vem provar é menos o
mau funcionamento da justiça
portuguesa e mais aquilo que já
muitas vezes argumentei a
propósito de casos como os de
Sócrates ou Salgado: o Código
Penal e o Código de Processo Penal
não facilitam a vida a quem acusa,
e exigem uma tal solidez da prova e
de ligações entre os intervenientes
que são uma auto-estrada para a
inocência ou para a não-pronúncia.
Toda a gente sabe que Paulo
Gonçalves estava a trabalhar para a
SAD do BenÆca; toda a gente sabe
que o BenÆca não o despediu
quando se soube o que ele fez (pelo
contrário); toda a gente sabe das
suas ligações a Luís Filipe Vieira —
só que saber não chega. Quando o
processo entra em tribunal, são
precisas as tais provas que o juiz
Rui Teixeira e a juíza Ana Peres se
queixaram de não existir.
Será que não viram? Será que foi
incompetência do Ministério
Público? As duas coisas são
possíveis. Mas, nestes casos, aquilo
que devemos fazer, enquanto
cidadãos, é uma outra coisa: é
separar o que são as exigências da
prova criminal daquilo que são as
exigências da prova ética e moral.
Até podem não existir provas de
que o BenÆca soubesse aquilo que
Paulo Gonçalves andou a fazer, mas
é evidente que parte da
administração da SAD e Luís Filipe
Vieira tinham de saber. A
impossibilidade de provar um crime
não nos deve impedir de condenar
comportamentos deploráveis — este
é um desses casos.
JOSE COELHO/LUSA
A impossibilidade de
provar um crime não
nos deve impedir de
condenar
comportamentos
deploráveis – este é
um desses casos
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