Público • Segunda-feira, 9 de Setembro de 2019 • 45
Ténis
Pedro Keul
A canadiana foi a que
cresceu mais rapidamente
de entre as jogadoras da
nova geração
[email protected]
Bianca Andreescu nasceu há 19 anos,
em Mississauga, perto de Toronto, no
estado canadiano de Ontário, nove
meses depois de Serena Williams con-
quistar o primeiro de 23 títulos do
Grand Slam, no Open dos EUA, com
17 anos. Só pegou numa raqueta aos
seis anos, na Roménia, terra natal dos
pais, quando aí se radicaram. No
regresso da família ao Canadá, o
talento da jovem não passou desper-
cebido e passou logo a integrar o cen-
tro nacional de treino. Os bons resul-
tados sucederam-se a um ritmo
impressionante e após o triunfo de
anteontem no Open dos EUA, a cul-
minar uma época memorável de aÆr-
mação no circuito mundial, já ganhou
o título de “Rainha do Norte”.
“Os meus objectivos têm sido ape-
nas ganhar o maior número de Grand
Slams possível, ser número um do
mundo, mas a ideia da fama nunca
me passou pela cabeça. Não me estou
a queixar, apesar de estar a ser um
ano louco e, sem dúvida, que me pos-
so habituar”, garantiu Andreescu.
A canadiana teve um percurso aus-
picioso nos escalões jovens, tendo
como pontos altos a conquista do
Orange Bowl — o campeonato do
mundo dos escalões juvenis —, no
Ænal de 2015, e os dois títulos de pares
Andreescu venceu
o Open dos EUA
e ganhou o estatuto
de “Rainha do Norte”
juniores no Open da Austrália e
Roland Garros, ambos em 2017. Pelo
meio, estreou-se na selecção princi-
pal do Canadá, ganhando os seis
encontros que realizou na Fed Cup e,
com 16 anos, conquistou o primeiro
título proÆssional e entrou no top-
300 do ranking WTA. No ano passa-
do, limitada por uma lesão nas costas,
consolidou-se no top-200. Até que
“explodiu” no WTA Tour, derrotando
todas as oito top-10 com que se depa-
rou no court.
A última foi Serena Williams, na
Ænal do Open dos EUA, que venceu,
por 6-3, 7-5. “Tentei bloquear o baru-
lho; era muito elevado, nem me con-
seguia ouvir pensar, mas é isso que
torna este torneio tão especial. Não
foi fácil quando ela começou a recu-
perar, mas era esperado, ela é uma
campeã e já o fez muitas vezes na sua
carreira. Tentei manter-me o mais
composta possível e penso que Æz um
bom trabalho nesse aspecto”, contou
a primeira adolescente a vencer um
major desde 2006 (Maria Sharapova,
no Open dos EUA) e uma das seis
tenistas que conquistaram um título
do Grand Slam em quatro (ou menos)
presenças em quadros principais de
um major e primeira desde 1990
(Monica Seles, em Roland Garros).
A agora número cinco mundial
falou de outros atletas que a inspira-
ram, nomeadamente a tenista Carling
Basset (oitava do ranking em 1985) e
o basquetebolista Steve Nash (da
NBA), mas também de Serena: “Sem-
pre me esforcei para ser como ela.
Quem sabe venha a ser melhor?”
A canadiana Bianca Andreescu beija o troféu ganho no Open dos EUA
Prossegue o passeio
de Itália e Espanha
rumo ao Euro 2020
As duas selecções só sabem
vencer nesta qualificação
e estão praticamente
confirmadas na fase final.
Na Bósnia, Prosinecki saiu
Futebol internacional
Paulo Curado
[email protected]
Federico Chiesa
foi um dos jogadores
da Itália que defrontou
a Finlândia
A jornada de ontem da qualiÆcação
para a fase Ænal do Euro 2020 teve
consequências drásticas para a selec-
ção da Bósnia. Robert Prosinecki,
antiga glória do futebol croata (e
jugoslavo), anunciou a sua saída após
a derrota frente à Arménia, por 4-2.
Foi o terceiro desaire do conjunto
balcânico, que Æca numa situação
dramática no Grupo J, a seis pontos
do segundo lugar e da qualiÆcação
directa para a fase Ænal, que se irá
disputar no próximo ano em 13 cida-
des europeias.
“Quando me contrataram, o objec-
tivo era ir ao Campeonato da Europa
e ainda que existam algumas hipóte-
ses, temos de ser realistas”, admitiu
ontem Prosinecki. Mesmo assim, o
técnico lembrou que a Bósnia tem
ainda a possibilidade de disputar o
play-off de acesso à competição, por
via do seu desempenho na última
Liga das Nações, onde foi um dos
quatro vencedores da fase de grupos
da Divisão B.
Na partida mais emotiva do grupo,
que opunha os dois primeiros classi-
Æcados, a Itália reforçou o estatuto
de líder, com o pleno de seis vitórias,
ao vencer fora a Finlândia, por 2-1.
Os golos surgiram apenas no segun-
do tempo, com Ciro Immobile (59’)
e Jorginho (70’), da marca da grande
penalidade, a conÆrmarem o autên-
tico “passeio” transalpino nesta qua-
liÆcação. Ao terceiro posto, subiram
os arménios, que reduziram para
quatro pontos a distância para o
adversário nórdico.
Imaculada está também a ser a
caminhada da Espanha para a fase
Ænal. O conjunto ibérico registou o
sexto triunfo em outros tantos
encontros do Grupo F. Desta vez, a
vítima foi a modesta equipa das Ilhas
Feroé, vergadas a uma goleada por
4-0, no Estadio El Molinon, em Gijón.
Marcaram o ex-benÆquista Rodrigo,
aos 13’ e 50’, e Paco Alcácer, que
bisou também em cima dos 90’.
Mas uma das maiores estrelas do
dia foi Sérgio Ramos. O defesa cen-
ZURAB KURTSIKIDZE/EPA
tral do Real Madrid Æcou em branco
no encontro, mas igualou o recorde
de internacionalizações que estava
na posse do guarda-redes e seu ex-
companheiro “merengue” Iker
Casillas: 167. Ramos já tinha ultra-
passado Casillas nos recordes de
vitórias ao serviço da Espanha, em
Junho deste ano, precisamente con-
tra as Ilhas Feroé (4-1), quando atin-
giu a marca de 122 triunfos em 164
encontros.
Um percalço, que pode vir a ser
comprometedor para o apuramento
directo, sofreu a Suécia, segunda
classiÆcada no agrupamento. Num
derby nórdico, recebeu a Noruega,
terminando a partida com um empa-
te a uma bola. Quem beneÆciou com
este resultado foi a Roménia, apesar
do sofrido triunfo caseiro frente à
modesta Malta, por 1-0. Os três pon-
tos serviram à selecção comandada
por Cosmin Contra para subir ao ter-
ceiro lugar, posicionando-se preci-
samente entre a Suécia e Noruega.
Os três estão separados agora por
apenas dois pontos.
Uma ronda muito positiva teve
ainda a Suíça no Grupo D. Goleou
tranquilamente em casa Gibraltar,
por 4-0, e beneÆciou ainda com o
inesperado empate da Dinamarca
na Geórgia. Resultados que deixam
os helvéticos consolidados na ter-
ceira posição e a morder os calca-
nhares à líder Irlanda (a dois pontos
de distância) e aos dinamarqueses
(a um ponto).
CLASSIFICAÇÕES
J V E D G P
GRUPO D
Jornada 5
Suíça-Gibraltar 4-0
Geórgia-Dinamarca 0-0
J V E D G P
- Rep. Irlanda 5 3 2 0 6-2 9
- Dinamarca 5 2 3 0 15-5 8
- Suíça 4 2 2 0 10-4 6
- Geórgia 5 1 1 3 4-8 2
- Gibraltar 5 0 0 5 0-16 2
GRUPO F
Jornada 5
Roménia-Malta 1-0
Suécia-Noruega 1-1
Espanha-Ilhas Feroé 4-0
Espanha 6 6 0 0 17-3 18
Suécia 6 3 2 1 13-8 11
Roménia 6 3 1 2 13-7 10
Noruega 6 2 3 1 11-8 9
Malta 6 1 0 5 2-13 3
Ilhas Feroé 6 0 0 6 3-20 0
J V E D G P
GRUPO J
Jornada 5
Arménia-Bósnia-Herzegovina 4-2
Grécia-Liechtenstein 1-1
Finlândia-Itália 1-2
Itália 6 6 0 0 18-3 18
Finlândia 6 4 0 2 8-4 12
Arménia 6 3 0 3 12-11 9
Bósnia-Herzegobina 6 2 1 3 12-11 7
Grécia 6 1 2 3 7-10 5
Liechtenstein 6 0 1 5 1-19 1
DESPORTO
ROBERT DEUTSCH/USA TODAY SPORTS