6 de março de 2019 | 75
consequência de ter menos prosperidade
são mais pessoas na pobreza.
Acredita que as reformas virão?
Acreditamos no Brasil e estamos dedican-
do mais energia e recursos do que nunca
para construir um negócio de longo prazo
no país. Esse é um mercado em que que-
remos ter presença mais significativa. Vá-
rios fatores nos animam. Com o cresci-
mento da economia e com a taxa de juro
básica em 6,25% ao ano, as pessoas preci-
sam diversificar os investimentos.
Como vê a evolução do mercado financeiro
brasileiro nos últimos anos?
Muita gente acha que guardar dinheiro na
poupança é investimento, e não é. Precisa-
mos transformar poupadores em investido-
res, para que cada um seja capaz de atingir
seus objetivos financeiros. Uma das maio-
res crises no mundo é que as pessoas não
têm conseguido atingir seus objetivos fi-
nanceiros para a aposentadoria. Queremos
ajudar nossos clientes, como os fundos de
pensão, a alcançar os objetivos e proporcio-
nar bons retornos a seus aposentados.
Quais são as mudanças concretas?
Estamos anunciando em breve um presi-
dente executivo para a BlackRock no Brasil.
Trabalhamos junto com todo o ecossistema
financeiro, a bolsa, os reguladores, para
criar mais no Brasil em benefício do setor.
A penetração de fundos de investimento
no Brasil é de 30% do PIB, enquanto chega
aos 90% nos Estados Unidos. É preciso um
processo de inovação, com mais produtos,
mais educação financeira e mais institui-
ções do setor vindo para o Brasil.
Quais são os riscos internacionais que
podem ameaçar esse cenário?
É possível que ainda haja um aumento de
juros nos Estados Unidos em 2019, porém
na segunda metade do ano, o que é bastan-
te positivo para os emergentes. Vemos
mais riscos de uma recessão global do que
dois anos atrás, mas não acreditamos que
será em 2019. Quanto à China, existe uma
desaceleração, mas a economia ainda é
poderosa e cresce. Os problemas que en-
frenta têm desencadeado políticas de es-
tímulo, e isso pode ser bom para o Brasil e
para outros emergentes. Q
Armando Senra: a taxa
de penetração de fundos
de investimento no Brasil
é um terço da americana
LEANDRO FONSECA