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FRÉDÉRIC SOLTAN/CORBIS/GETTY IMAGES
A
PÓS A SINCRONIZADA EXPANSÃO
ECONÔMICA GLOBAL DE 2017, veio o
crescimento não sincronizado
de 2018, quando a maioria dos
outros países fora os Estados Unidos co-
meçou a passar por desacelerações. As
preocupações com a inflação nos Estados
Unidos, a trajetória política do Federal
Reserve (o banco central americano), as
guerras comerciais em andamento, o or-
çamento e os problemas da dívida italia-
nos, a desaceleração da China e as fragi-
A cena econômica global,
que parecia assustadora
no final de 2018, melhorou.
Se a melhora vai durar,
dependerá de sete fatores,
que incluem desde ação do
banco central americano e
da desaceleração chinesa
até o preço do petróleo
NOURIEL ROUBINI
OS RISCOS
DE 2019
IDEIAS | ECONOMIA
lidades dos mercados emergentes leva-
ram a uma queda acentuada nos merca-
dos acionários globais no fim do ano.
A boa notícia no início de 2019 é que o
risco de uma recessão global é baixo. A
má notícia é que estamos caminhando
para um ano de sincronizada desacelera-
ção global; o crescimento cairá — e, em
alguns casos, ainda mais — para abaixo
do potencial na maioria das regiões.
Com certeza, o ano começou com uma
recuperação de ativos de risco (ações dos
Estados Unidos e do mundo) após o banho
de sangue do último trimestre de 2018,
quando as preocupações com a elevação
das taxas de juro e com o crescimento da
China e dos Estados Unidos fizeram desa-
bar muitos mercados. De lá para cá, houve
uma reviravolta do Fed em direção a um
novo clima de conciliação, os Estados Uni-
dos mantiveram um crescimento sólido e
o afrouxamento macroeconômico da Chi-
na tem mostrado alguma esperança de
conter a desaceleração no país.
Se essas condições relativamente posi-
tivas serão duradouras, dependerá de
muitos fatores. A primeira coisa a consi-
derar é o Fed. Os mercados estão agora
precificando a pausa na política monetá-
ria do Fed para o ano inteiro, mas o mer-
cado de trabalho dos Estados Unidos con-
tinua robusto. Se os salários acelerarem e