Exame - Edição 1180 (2019-03-06)

(Antfer) #1
6 de março de 2019 | 85

EXAME VIP


Lute como uma garota


Uma nova heroína do cinema, dois mestres da música e um clássico
da comédia são as indicações da edição

CULTURA


CAPITÃ MARVEL
Direção de Anna Boden
e Ryan Fleck, com Brie Larson
ESTREIA EM 7/3


BESTA FERA
Jards Macalé
Natura Musical
DISPONÍVEL EM STREAMING

SUNSHINE ROCK
Bob Mould
Merge
DISPONÍVEL EM STREAMING

MONTY PYTHON SPEAKS!
Por David Morgan
Dey Street Books
R$ 66,40 (AMAZON.COM)

CINEMA STREAMING STREAMING LIVRO

Marvel
Maravilha

Grande
retorno

Professor
do rock

Comédia
e suor
A fonte de lucro dos filmes
com heróis da Marvel Co-
mics parece inesgotável.
Desde 2008, 20 produções
que custaram cerca de
4 bilhões de dólares arre-
cadaram 17,5 bilhões no
mundo todo. Uma nova
personagem acaba de ser
acrescentada à franquia.
Trata-se de Capitã Marvel,
com Brie Larson (vencedo-
ra do Oscar de Melhor
Atriz em 2016 por O Quarto
de Jack) no papel-título.
Curiosamente, quatro se-
manas depois deverá es-
trear Shazam!, filme de um
herói da rival DC Comics
que um dia já foi chamado
de Capitão Marvel. Popu-
lar nos anos 40, deixou de
ser publicado em 1952 após
disputas legais e retornou
nos anos 70, rebatizado e
agora com a Marvel.

Apesar de alguns traba-
lhos com reinterpretações,
Jards Macalé não lançava
um álbum de composições
próprias desde 1998. Com
Besta Fera, o artista cario-
ca, que completará 76 anos
em 3 de março, sai da toca
com um trabalho robusto e
moderno, que mistura tra-
dição e experimentalismo,
como sempre fez, acompa-
nhado por jovens músicos
que participaram dos acla-
mados álbuns recentes de
Elza Soares. O cantor, de
estilo declamatório, encai-
xa sua poesia em arranjos
dissonantes ou sambas re-
dondos. Diz o refrão da fai-
xa Valor: “Eu quero que
saibam o valor de minhas
canções / Se boas ou más,
pouco me importa / Elabo-
rei com meu calor / E nesse
trabalho eu levo a flor”.

Bob Mould foi um dos cabe-
ças da banda alternativa
Hüsker Dü, cujo punk baru-
lhento mas melodioso nos
anos 80 foi embrião de ban-
das alternativas de primeiro
escalão, como Pixies e Nirva-
na. Tentou novamente ter
um grupo na década de 90
com o Sugar, até que final-
mente decidiu que seu cami-
nho era mesmo como artista
solo. Eventualmente, Mould
faz álbuns mais intimistas,
mas não é o caso de Sunshine
Rock. Aos 58 anos, ele ainda
demonstra vigor e disposi-
ção para fazer rocks pesa-
dos, cativantes e ágeis como
há três décadas. Especialis-
tas não perdem a mão. E, se
algumas coisas correm o
risco de até soar como Foo
Fighters, é bom saber que
Mould é o professor, não o
imitador. E faz melhor.

O cinquentenário da estreia
do revolucionário seriado
cômico Monty Python’s
Flying Circus na BBC britâ-
nica será apenas em outu-
bro. Mas as comemorações
já se iniciaram com uma
nova edição atualizada do
livro Monty Python Speaks!,
história oral contada pelos
membros sobreviventes do
sexteto e alguns agregados.
Os relatos de como o pro-
grama de TV e os filmes
(atualmente na Netflix) fo-
ram feitos formam um bom
retrato de dinâmica de gru-
po, passando pelas divisões
de preferências, debates
criativos e problemas como
alcoolismo. Avança até os
anos recentes, em que al-
guns construíram novas
carreiras sólidas. É bom pa-
ra entender que humor não
surge por acidente.

POR MARCELO OROZCO
Free download pdf