Elle - Portugal (2019-03)

(Antfer) #1
IMAXTREE(7)

certo com a forma como os Millennials se
estão a comportar», conclui. Já os Gen-Z,
que começam agora a afirmar-se como
adultos, trazem uma voz de questiona-
mento sério sobre o ethos das marcas e
não têm medo de exigir transparência de
comunicação e de ação e de se envolverem
pelas causas em que acreditam.
O elemento comum das duas gerações
e que fomenta a desconfiança dos meios
instituídos? A internet, que corresponde
ao acesso permanente à informação, com
as redes sociais como principal veículo.
«Enquanto antes havia toda uma ne-
cessidade de aceitação e de pertença ao
grupo que era presencial, neste momento
há toda esta questão de aceitação pelo
mundo virtual», aponta a psicóloga. Esta
aceitação virtual pode ser conduzida de
diferentes formas, dependendo da pla-
taforma em que escolhermos estar pre-
sentes. Segundo um estudo da Marktest,
em 2018, 5.3 milhões de portugueses
usavam redes sociais, sendo o Facebook a
opção mais unânime entre os utilizado-
res (Millennials, na maioria). De todas
as redes, o Instagram é que teve a taxa

camadas a ser exploradas: as dissoluções
de barreiras institucionais que antes dos
social media eram quase naturais. «Não
pode haver uma Joana de fato das 9h às
18h cinco dias por semana, se depois vejo
os filhos e os gatos dos meus colegas no
Facebook», explica Joana. Esta integra-
ção do pessoal e profissional instalou um
sentido de pressão social pela forma como
somos percecionados por aqueles que
nos seguem online. «A comparação de
número de likes, o número de seguidores,
se me identificou ou não, a questão das
marcas que se usam, etc», afirma Fonseca
de Castro. «Há pessoas que acabam por
frequentar determinados espaços e que
condicionam a sua vida profissional e

DEBATE


maior de crescimento. Porquê? Por-
que tem uma componente visual muito
forte e é aí que os mais novos querem
estar presentes. A escolha preferencial
de uma plataforma é reveladora do tipo
de presença digital que se quer ter e/ou
é reveladora da geração a que a pessoa
pertence. «O Instagram serve para estar
mais em contacto com os meus ami-
gos. E o Twitter é mais para consumir
informação», conta Inês Mesquita, de
18 anos e membro da geração Z. E o
Facebook? «Só vou lá para ver as datas
de aniversário», conta.
A forma como as pessoas se compor-
tam no mundo virtual, na qualidade de
território desconhecido, trouxe-nos novas

PANTONE

®

Rose Quartz

A REDE SOCIAL MAIS UTILIZADA EM PORTUGAL
É O FACEBOOK, MAS O INSTAGRAM FOI A QUE TEVE
A MAIOR TAVA DE CRESCIMENTO EM 2018.
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