Loud! - PT (2020-01)

(Antfer) #1

BASALTO


CHEIRA A


MORTE


Paranósnuncavaiserumbicho-de-sete-ca-
beças.Narealidadepoucaseditoras conse-
guemdarboascondições.Conheço muitas
bandasdoundergroundnacional,a lançarem
CDsporeditoras,porvezesatéinternacio-
nais,e estãoa pagarporisso.Secalhar para
nós,nãofazmuitosentido.Preferimos pagar
nósa ediçãoe reavermoso dinheironas ven-
das.Porumladoerainteressante,por outro
não estamos loucos, nem vamos assinar
qualquercoisasóporquesim.Seumdia apa-
receralguémquequeirafazerumorçamento
emcondiçõesparanós,estamosabertos a
isso.Temosfeitobastantepropaganda, não
visível,juntodasmaioreseditoras,de forma
a perceberseháalgumpontodeinteresse

entre as partes. Têm existido alguns contac-
tos, mas realmente ainda não surgiu o con-
tacto que nos faça dizer “é isto”. Temos um
contacto que provavelmente vai acontecer,
nos próximos meses, nacional, para um tipo
de edição que ainda não experimentámos,
mas para já ainda não posso falar. Será em
outro formato, sobre a discografia da banda,
o que até é interessante, pois o «Doença»
está esgotado.

Uma vez que controlam todo o processo,
será mais interessante e motivador fazer
uma edição que esgota.
Obviamente que há coisas que são mais di-
fíceis de fazer, mas também quando correm
bem, são motivo de orgulho para nós. Conse-
guirmos fazer o nosso lançamento, à nossa
maneira, nas nossas condições, ir conse-
guindo bons concertos e abrir portas, tudo
DIY, é motivo de orgulho.

Neste novo disco, começam por ter temas
cantados e uma estrutura estranha em que
um poema se divide pelas quatro faixas. Ele
já existia previamente à composição?
Foi adaptado. O poema existe desde os pri-
meiros riffs. Nessa altura falei com o Martim
para nos escrever algo no sentido do odor.
Foi uma ideia que tive, no seguimento do
«Doença», que tinha algo a ver com a mor-
te, o seguimento natural pareceu-me ser o

EMANUELFERREIRA

Vindos de Viseu, os BASALTO foram crescendo e


tornaram-se um dos nomes mais activos em 2018,


tendo o seu crescimento culminado com uma pas-


sagem pelo palco de Vagos. «Odor» é a nova obra


do trio e o agora vocalista António Baptista falou à


LOUD! sobre todo essecrescimento.


«Doença» é o disco que vos lança.
Creio que sim. Naturalmente que temos sem-
pre um carinho especial pelo primeiro disco.
«Basalto» teve umas características únicas,
até porque a primeira vez que tocámos ao vivo,
já tínhamos o CD na mão. «Doença» foi uma
abordagem mais completa, de uma banda que
já dava concertos, interagia com o público,
recolhia opiniões e reacções. O grande passo
que demos foi realmente com esse disco.

Um disco que vos levou a diversos festivais,
incluindo o Vagos, e obteve boa imprensa,
mas no entanto neste terceiro álbum conti-
nuam a apostar na edição de autor, sem um
selo discográfico.

PEDRO SALES
Free download pdf