o Exército, as Armas e Serviços têm, oficialmente, dias destinados às suas comemorações.
Neles são exaltados a participação gloriosa da Arma ou Serviço nos combates e as façanhas de seus
inesquecíveis heróis. Estes festejos ocorrem nas datas de nascimento de seus patronos, ali
grandemente enaltecidos.
A Arma de Artilharia venera, como patrono, a figura imponente do marechal Emílio Luis Mallet,
herói da Guerra do Paraguai, onde se destacou pela bravura e sangue-frio, particularmente na batalha
de Tuiuti.
Para reviver passagens da vida da caserna e episódios históricos reúnem-se nesse dia oficiais da
ativa e da reserva, numa confraternização salutar e emocionante.
Uma comissão, adrede escolhida, encarrega-se do planejamento das solenidades, constituindo
ato de maior interesse a cuidadosa escolha do orador oficial, cuja honrosa e árdua missão será a de
sublimar os feitos de seu patrono e a importância da Arma nas batalhas.
Em 1975, a comissão incumbida destes trabalhos era presidida pelo general-de-brigada Hélio
João Gomes Fernandes, que auscultou seus companheiros artilheiros sobre o nome do orador que
deveria ser levado à aprovação do ministro, consoante os preceitos disciplinares e consuetudinários.
A norma era escolher um general da ativa, embora esta orientação nem sempre tivesse sido seguida.
O importante, no orador, era a vibração cívica, secundária à apreciação hierárquica. Os artilheiros
selecionaram, entre os vários nomes lembrados, o do coronel da reserva do Exército, senador Jarbas
Passarinho, homem de invulgares dotes intelectuais, de palavra fácil, magnífica oratória, exuberante
de belas imagens, que pertencera à poderosa Arma de Mallet.
Conheci o senador ainda capitão, nas penosas lutas para expurgar do Clube Militar os oficiais
ditos nacionalistas, que o estavam transformando numa base de propaganda marxista, durante o
biênio de 1950-52, quando o presidia o general Newton Estilac Leal.
Raramente vi, depois disso, esse oficial de quem tive, pela sua atitude, excelente impressão.
Ingressou mais tarde, com êxito, na política.
Muitos anos depois, no período em que servia como Comandante da 1á Região Militar,
palestrava quase diariamente com meu estimado amigo general Jurandyr Bizarria Mamede, então
Chefe do Departamento de Provisão Geral. As conversas, iniciadas sobre assuntos administrativos,