isso - foram criados, em diretrizes do governo federal, os Centros de Operações de Defesa Interna
(CODI) e os Destacamentos de Operações de Informações (DOI), coordenando e hierarquizando as
atividades de segurança interna.
A SITUAÇÃO EM 1975
Ao assumir, em 7 de janeiro de 1974, o Comando do II Exército, ainda no governo do presidente
Médici, o general-de-exército Eduardo D'Ávila Mello encontrou este panorama de intolerância e
rancor, agravado pela intensificação da propaganda agressiva e desmoralizadora contra as Forças
Armadas - em particular o Exército - e o governo revolucionário.
Esta campanha vinha se exercendo, no exterior, em virulência sempre crescente. Em 1969, o
bispo brasileiro dom Hélder Câmara iniciou-a, na França, com a publicação de seu livro Livre noir -
Terreur et torture au Brésil, dando, desta maneira, incentivo àAnistia Internacional para tomar a
frente desse movimento de descrédito e difamações de nosso país. Durante os anos seguintes, por
inspiração e apoio daquela organização, difundiram-se, na Europa e na América, publicações
ostensivas e clandestinas sobre a tortura e o tratamento dos presos políticos no Brasil.
A partir de 1972, a ousadia e o cinismo dos propagandistas - de boa-fé ou subvencionados pelo
Movimento Comunista Internacional (MCI) - chegaram à citação de nomes de autoridades militares e
civis, responsáveis pela violação dos direitos humanos. Em fevereiro de 1974, o livro Dos presos
políticos brasileiros, distribuído em profusão na Europa e, naturalmente, remetido ao Brasil,
consolidou as acusações de 1972, esclarecendo, na capa, ser "acerca da repressão fascista no
Brasil".
Todos estes fatos, essa vil disseminação de calúnias e notícias falsas, se conseguiam sensibilizar
certas áreas sociais, pouco habituadas às técnicas comunistas, em contrapartida excitavam, pela
indignação das torpezas espalhadas, a comunidade militar. As cidades de São Paulo e Rio de janeiro,
pela importância que desfrutam no cenário econômico-político nacional, eram as que mais sentiam
este ambiente de intranqüilidade, revolta e insegurança.
A descoberta das gráficas do Partido Comunistas Brasileiro, destroçadas pelas ações conjuntas
dos elementos dos DOI do 1 e II Exércitos, quando se excediam em trabalhos para comemorar, com
alegria e intensidade, mais um aniversário do jornal do partido - Voz Operária - abalou a infra-
estrutura dos marxistas, que se desnortearam.
Aberto o inquérito policial para apurar a extensão e responsabilidades quanto à existência e
atividades das gráficas clandestinas, nele foram envolvidos os candidatos a deputado, pelo
Movimento Democrático Brasileiro, Alberto Goldman, Marcelo Gato e Nelson Fabiano Sobrinho,
bem como o jornalista Wladimir Herzog, entre as 105 pessoas citadas no relatório da Delegacia
Especializada de Ordem Social do DOPS de São Paulo. Esta rede clandestina de apoio de gráficas
ao PCB estendia-se por todo o país, tendo sido, em outros estados, instaurados inquéritos com o