IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

capaz de se opor com eficiência à subversão e ao terrorismo na área de sua responsabilidade.


Constatou-se que a estrutura existente, bem como a sistemática adotada, não respondiam,
convenientemente, ao fato inédito representado pelas ações terroristas, caracterizadas pela audácia,
pela surpresa e pela iniciativa.


Assim é que a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, à qual competia na fase
inicial a manutenção da ordem, mostrou-se despreparada para se opor ao já aludido fato inédito, por
não se ter reestruturado e conservar na ação anti-subversivo-terrorista as mesmas técnicas e métodos
empregados no combate ao crime comum.


No início de 1969, quando do episódio do roubo de armas do 4° RI, a 2á DI, responsável pela
Segurança Interna na Subárea A - que abrange a Grande São Paulo -, tomou a iniciativa de coordenar
equipes do Exército e da Secretaria de Segurança obtendo êxitos marcantes, representados pela
desarticulação da Vanguarda Popular Revolucionária que se encontrava bastante ativa em São Paulo.
Circunstâncias levaram à interrupção desse trabalho coordenado resultando na rearticulação da
Vanguarda Popular Revolucionária e no surgimento de outras organizações subversivo-terroristas.


Em conseqüência, ocorreu o recrudescimento das ações subversivo-terroristas na Grande São
Paulo, com todos os reflexos negativos para a vida nacional.


Tudo isso trazia descrédito na nossa capacidade de combater a Guerra Revolucionária e gerava o
desânimo nos órgãos de execução, que sempre encontraram empecilhos ou falta de apoio na própria
estrutura para o cumprimento de suas tarefas.


Era evidente, assim, a necessidade de coordenação entre os diversos órgãos, integrando-os e
fazendo convergir os esforços de todos para o fim comum.


O Exército não possuía, ainda, uma doutrina que servisse de norma para se combater a subversão
em São Paulo, sob a sua chefia direta, e esta medida foi feita no arrepio da lei, face às limitações
impostas pela legislação na repartição das competências estadual e federal.



  1. Operação Bandeirante - organização - atribuições e área de responsabilidade


a. Organização


Em 24 de junho de 1969, o Exmo. Senhor General CANAVARRO, Comandante do II Exército,
expediu o documento base que criou e deu estrutura a um novo órgão, esdrúxulo dentro da
organização militar, mas efetivamente destinado ao combate à subversão e ao terrorismo, bem como
à preservação da segurança interna e denominando-o OPERAÇÃO BANDEIRANTE (OB).


Foi organizado da seguinte maneira:

Um Centro de Coordenação, sob a chefia do Comandante do II Exército e integrado pelos
Comandantes da 4' Zona Aérea, 6° DN, 2' RM, 2' DI, pelos Secretário da Segurança, Chefe do

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