históricos e colhia no mundo contemporâneo acontecimentos para demonstrar quão pernicioso é o
comunismo. Tinha sempre uma palavra de elogio e uma frase de estímulo, em sua coluna jornalística,
para os que também se empenhavam naquela luta - que não é apenas nossa, mas de toda uma
civilização que, abominando a opressão, deseja sobreviver.
Lia constantemente seus trabalhos e decidi indicá-lo para a Ordem do Mérito Militar, tendo em
uma oportunidade falado ao Comandante do 1 Exército, que aplaudiu a idéia. Constituía uma
homenagem que pretendia lhe prestasse o Exército.
Apresentei ao Conselho o nome do jornalista Adirson de Barros, amparando-o de razões sólidas.
Foi admitido por unanimidade.
Encerradas as reuniões do Conselho da Ordem do Mérito, elaborava o gabinete ministerial um
decreto com nomes de todos os agraciados para submetê-lo à homologação do Presidente da
República - chanceler daquela Ordem.
Após a assinatura presidencial ficava, então, liberada a divulgação. Era esta a ordem, ou melhor,
a seqüência dos atos burocráticos.
Embora o presidente mui raramente rejeitasse um nome, mandava a ética e a prudência que não
fossem avisados os galardoados antes da assinatura. Ocorreu, entretanto, que o oficial encarregado
do setor da Ordem do Mérito, por equívoco, autorizou a difusão.
Neste mesmo dia, à tarde, recebi telefonema do general Hugo Abreu, Chefe da Casa Militar,
informando-me que o presidente Geisel decidira vetar o nome do jornalista Adirson de Barros, por
solicitação do Chefe do SNI. Perguntou quem o havia proposto.
Respondi-lhe que tinha sido eu e que queria conhecer os motivos que levaram o presidente a essa
decisão estranha.
O general Hugo Abreu não se fez de rogado e explicou que, segundo o SNI, Adirson de Barros
fazia habitualmente intrigas, por telefone, entre políticos, dei xando o general Geisel em má situação.
Lamentei não ter sido avisado destes fatos e mostrei-me admirado do meu CIE, sempre ativo,
desconhecê-los.
Tomei, a seguir, a decisão aconselhável - reter a documentação para estudar em profundidade o
assunto. Com surpresa soube já ter sido expedida, pela manhã, aos Exércitos. Uma ligação com o
Comandante do 1 Exército revelou a participação da notícia aos agraciados.
Encontrava-me em difícil dilema; contido por princípios de lealdade, não poderia levar ao
jornalista a contundente resolução do general Geisel; por outro lado, seria indignidade não avisá-lo
do ocorrido.
O general Comandante do 1 Exército ficou encarregado de transmitir-lhe a desagradável notícia,