IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

de sua responsabilidade, recolhendo os elementos detidos às prisões normais do Pelotão de
Investigações Criminais, naquele batalhão.


Esta organização de trabalho não me parecia a mais conveniente para o 1 Exército, ainda que
pudesse ser de grande eficiência para o CIE.


Dificultava as respostas às solicitações da justiça e das autoridades federais sobre a presença de
subversivos ou pseudo-subversivos nas unidades do I Exército, particularmente na citada unidade.
Não raro recebia o Comandante do I Exército de Tribunais e Auditorias Militares petições de
advogados, considerando-o coator da liberdade alheia e responsabilizando-o por indivíduos que
jamais estiveram sob sua guarda.


Discordava abertamente desta estrutura, por diluir as responsabilidades na imprecisão dos
destinos dados aos presos.


Ao tomar posse do cargo de Ministro do Exército, verifiquei que meu antecessor - general Dale
Coutinho - mantivera a mesma orientação do general Orlando Geisel. Isto lhe valera alguns
desentendimentos com o Comandante do I Exército - general Reynaldo de Almeida, que reagira
contra a presença do CIE atuando em território de sua jurisdição e mantendo, ainda, no Rio de
janeiro, forte escalão recuado.


Voltara a borbulhar a justa susceptibilidade do chefe militar, ferido em suas prerrogativas de
comando.


O general Coutinho, todavia, não atendeu o general Reynaldo, e persistiram, por isso, as normas
estabelecidas pelo ministro Geisel.


Entretanto, em junho de 1974, por minha determinação, retomou-se a orientação inicial, e os
comandos de área reassumiram a integral responsabilidade pela segurança interna, nos territórios de
sua jurisdição. Iniciei, a partir daquele momento, a transferência dos elementos do Escalão Recuado
do CIE para Brasília, extinguindo-o por desnecessário no Rio de janeiro.


Enquanto procurávamos aplainar divergências internas, os comunistas não perdiam tempo, e a
campanha contra os órgãos de segurança, orientada do exterior e sustentada por recursos alienígenas,
recrudescia. Encarregavam-se disto as "organizações de fachadas" do marxismo, entre as quais
destacavam-se a Frente Brasileira de Informações, que contava com a ativa cooperação de Miguel
Arraes, Márcio Moreira Alves, Glauber Rocha e outros, a Amnesty International e o Tribunal
Bertrand Russel.


Esta última organização, no paroxismo do ódio, levou a afronta ao extremo de pedir, em dias
recentes, à ONU, que julgasse e processasse os torturadores brasileiros.


Um pedido desta espécie, feito por uma associação desse tipo, não nos poderia surpreender. O
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