postergáveis.
Mostrarei isto depois, ao analisar o Fundo do Exército.
Nos terrenos de Copacabana, muito valorizados, assentavam-se as nossas esperanças de
recursos. Ao preço da época, poderiam ser vendidos por quantia em torno de dois bilhões e 400
milhões de cruzeiros, auxílio poderoso para o Fundo do Exército e, em conseqüência, para a
administração castrense.
A inclusão destes terrenos no plano de alienação e a decorrente aprovação presidencial abriu-
nos caminho à licitação. Elaborou-se projeto de construções de apartamentos, constante de quatro ou
cinco blocos, em obediência ao gabarito em vigor. O documento, todavia, não foi aprovado, em
virtude de a municipalidade estar revendo as posturas relativas à construção naquela zona.
Aguardamos fossem codificadas e conhecidas as novas posturas e com surpresa vimos que a nossa
área de edificação tinha sido reduzida a um terço, por exigências de afastamento entre os blocos -
muito aumentadas - e maior distância das ruas Francisco Otaviano e Francisco Behring.
Tal situação influía diretamente no preço da área, ficando o valor do imóvel, segundo nova
apreciação, rebaixado a 700 milhões e 750 mil cruzeiros.
O que desagradou foi a circunstância de nas ruas limítrofes de nosso imóvel as posturas não
surtirem o menor efeito; parece ter sido medida específica para os terrenos do Exército, assim
aviltados em seu valor. Fortalece este raciocínio o fato de o prefeito do Rio de janeiro solicitar ao
ministro, pouco depois do lançamento dessas posturas, uma audiência na qual pediu prioridade para
aquisição daqueles terrenos. Desejava criar ali uma zona de lazer muito útil à população da Zona
Sul. Oferecia, à vista, a quantia de 650 milhões. A operação interessava-nos porque todas as outras
ofertas eram a prazo, em pequenas parcelas, o que trazia restrições ao início das obras. Além disso,
a diferença seria sobejamente compensada na concessão dos juros e da correção monetária.
Ficou o prefeito Marcos Tamoyo de obter um empréstimo na Caixa Econômica Federal para
concluir a transação, mas não o conseguiu, por alegar a direção daquela autarquia que seu limite de
endividamento estava esgotado.
Naquela ocasião, falei ao Presidente da República sobre o interesse do Exército na realização
da operação financeira, porque estávamos com as obras do Colégio Militar em lento progresso, pela
precariedade de recursos, e todos nós ansiávamos pelas do novo Hospital Central do Exército.
O presidente, como sempre, demonstrou pouco interesse em atender ao Exército e disse-me que o
prefeito não poderia pagar uma dívida tão alta; desta maneira acabaria o governo por adquirir os
seus próprios terrenos, incoerência a evitar.
E o tempo caminhava, reduzindo inexoravelmente as possibilidades de, em breve espaço de
tempo, termos o nosso hospital. Fiz abrir novas concorrências.