Começou, então, uma campanha sórdida e covarde para arrancar do Exército a posse do imóvel.Sociedades particulares vinham a público dizer que o Exército queria vender o Forte de
Copacabana - relíquia histórica de uma fase de heroísmo; que a edificação de novos blocos de
apartamentos na rua Francisco Otaviano iria sobrecarregar a infra-estrutura de Copacabana, cujo
abastecimento de água e rede de esgotos tornar-se-ia insuficiente; que o arejamento daquele ponto da
cidade seria sensivelmente afetado; e, finalmente, que o Exército poderia doar ao Estado, para uma
praça pública, aquela cobiçada área.
Um deputado estadual - o senhor Claudio Moacyr -, falando na Assembléia em 11 de maio de
1976, deu curso à campanha para tomar do Exército a área de que tratamos. Usou da palavra nos
seguintes termos:
Sr. presidente, srs. deputados, abordarei hoje assunto que reputo da maior importância,
relacionado com o município do Rio de janeiro.Tenho lido, agora, que é desejo do prefeito deste município endividar ainda mais o município
do Rio de janeiro, contraindo um empréstimo para a aquisição do Forte de Copacabana,
transformando-o numa grande área de lazer para a Zona Sul. Idéia perfeita. Realmente, necessita
a Zona Sul do Rio de janeiro de uma grande área de lazer. Entendo apenas que não pode e não
deve o prefeito Marcos Tamoyo endividar ainda mais o município do Rio de janeiro para
adquirir área que pertence ao próprio governo, já que pertence ao Ministério do Exército.E a Lei Complementar n° 20 foi sábia quando cuidou deste assunto, determinando, no § 3° do
Art. 2°: "Fica o Poder Executivo autorizado a transferir para o novo estado ou para os
municípios as propriedades pertencentes aos ministérios civis ou militares que se tenham tornado
desnecessários aos serviços desses órgãos da União."A prova de que esta área foi considerada "desnecessária" é a publicação de um edital
colocando-a à venda. Conseqüentemente, deve o Presidente da República transferir para o
município do Rio de janeiro a área do Forte Copacabana para que este município não se
endivide cada vez mais, para que proporcione efetivamente o êxito da fusão.Há necessidade da interveniência do sr. Presidente da República para determinar que a área
seja transferida para o município do Rio de janeiro que...... Daí porque, sr. Presidente, nesta hora, como primeiro pronunciamento sobre este assunto,
faço um apelo ao presidente Geisel e ao Ministro do Exército para que transfiram a área do Forte
de Copacabana para a Prefeitura do Rio de janeiro, para não aumentar a dívida deste município,
tanto quanto para não permitir que o município, não podendo adquiri-lo, transforme aquela área
numa área de espigões, contrariando os interesses da cidade do Rio de janeiro.Quando defini, linhas atrás, como sórdido e covarde esse comportamento para tumultuar a
alienação dos terrenos do Exército, estava sendo feliz em minhas expressões, pois os argumentos