Aberta a nova concorrência pública, mencionada linhas atrás, a Cia. Brasileira de Habitação e a
Construtora Ocidental Ltda. apresentaram proposta razoável, cobrindo em 180 dias a quantia de 650
milhões de cruzeiros e, no dia 30 de março de 1979, o restante, de 50 milhões e 750 mil de cruzeiros.
Contudo dependia a aquisição de um empréstimo que, sob todas as garantias, tinham solicitado à
Caixa Econômica Federal.
Negado este pedido a operação caiu no vazio.
Novos oferecimentos, acima de um bilhão de cruzeiros, foram feitos, e seria inevitável a venda
com imediatos benefícios para o Exército.
Ocorreu, então, inesperada reviravolta. O senhor Humberto Esmeraldo Barreto, homem de íntima
ligação com o general Ernesto Geisel, nomeado, há tempos, presidente da Caixa Econômica Federal,
propôs-se a adquirir o imóvel para negociá-lo diretamente com o prefeito Marcos Tamoyo, visando a
permitir a criação de mais uma área de lazer no Rio de janeiro.
Tendo o presidente, como referi anteriormente, dito que não achava justo emprestar dinheiro ao
prefeito Tamoyo para adquirir o que já era seu, porque o município não tinha condições de quitar a
dívida, pasmei com a proposta de Humberto Barreto, que me foi comunicada pelo próprio presidente
Geisel.
Muitas explicações surgiram, no entanto, fiquei na alternativa: ou procuravase sustentar uma
pretendida candidatura de Humberto Barreto a deputado pelo Rio de janeiro,' com um ato de agrado
à população carioca, ou temia-se que a área fosse vendida por maior preço, favorecendo a
administração do general Frota e robustecendo seu prestígio no Exército, o que claramente não era
do interesse político do governo, por paradoxal que pareça.
Aceita a oferta, por vantajosa em face das posturas, firmaram-se, em 12 e 13 de abril de 1977, as
condições de pagamento que em síntese transcrevo:
Preço da operação - Cr$700.750,00 (setecentos milhões, setecentos e cinqüenta mil cruzeiros).
Forma de pagamento - Sinal e oito parcelas trimestrais de Cr$77.860,00 (última em 5 de março
de 1979).
Outras exigências - Juros e correção monetária exigíveis, no pagamento de cada parcela, sobre o
saldo devedor, de acordo com o valor da ORTN 2
- As quantias serão depositadas para livre movimentação na conta especial do Fundo do
Exército.
Justificativa de operação - "O valor obtido pela venda dos terrenos se destina a suprir recursos
para a construção do Colégio Militar, em Brasília, e do Hospital do Exército, no Rio de janeiro,
obras de interesse não somente do Ministério do Exército, mas também de grande importância