IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1
Era esta a situação em 12 de outubro de 1977. Avancemos, porém, no tempo.

Em 23 de janeiro de 1978 o governo deu vida oficial ao Colégio Militar e em dezembro do
mesmo ano ocorreu sua inauguração. Hoje, está em pleno funcionamento.


Concretizava-se, assim, uma das mais caras aspirações dos militares. Entretanto, outras também
de alta prioridade, como o novo Hospital Central do Exército (HCE), o Clube do Exército de
Brasília e o Centro de Processamento de Dados do Exército, conquanto sempre lembrados,
dependeriam ainda, em meados de 1977, de disponibilidades financeiras.


É o momento oportuno de voltar a tratar delas.

Estudos realizados com o objetivo de selecionar um local para a construção do novo HCE
indicavam como área favorável a antiga Ilha de Bom Jesus, onde se localizava uma Companhia da lá
Região Militar.


Menos de um mês após a alienação dos terrenos do Forte de Copacabana, em 11 de maio de
1977, criei, pela Portaria 637, uma Comissão de Construção para o novo HCE. Em agosto foram
selecionadas as maquetes e respectivos planos, tendo a firma vencedora recebido encargo de
desenvolver os projetos para a execução da obra.


Creio que a idéia de construir um grande hospital, moderno e eficiente, pode ser incluída na
legião das ilusões perdidas - sem a pretensão de parodiar Balzac. A solução para os problemas de
saúde deveria ser plena: um grande Hospital Central, a recuperação dos Hospitais Regionais e um
Fundo de Saúde seriam realizações básicas neste caminho. Pessoal insuficiente para atender às
necessidades e verbas exíguas para um funcionamento eficaz e decente criam dificuldades, muitas
vezes insuperáveis, para a abnegação dos médicos que ali servem.


O administrador severo e capaz, insisto em dizer, não pulveriza recursos para tornar-se
agradável, pelo contrário, concentra-os nos empreendimentos prioritários. Não se trata de agradar,
mas sim de realizar.


Os recursos de Copacabana destinavam-se à construção do Colégio Militar e do hospital. A
parte do colégio seria complementar e eventual visto que já tinha sido contabilizada, logo a quase
totalidade do dinheiro obtido, cerca de 900 milhões de cruzeiros, deveria, do meu ponto de vista, ser
empregada nas obras do nosocômio. Infelizmente não o foi.


A História lega-nos frases interessantes que podem ser adaptadas a circunstâncias análogas.
Quando Augusto perdeu suas legiões, pela incapacidade do general Varo de saber bem empregá-las,
bradou em desespero:



  • Varo! Varo! Que fizestes de minhas legiões?3


Caso o Exército, como entidade, pudesse falar, possivelmente perguntaria a algum moderno
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