Em maio de 1977, estive presente às festividades que, todos os anos, ali se realizam no
aniversário de nascimento de Osório.
Há algum tempo vinha manifestando o Exército, em especial a sua Cavalaria, o desejo de possuir
e guardar as espadas e lança de Osório. Em setembro de 1977, em cerimônia realizada na Fundação
Osório, no Rio de janeiro, concretizou-se esta aspiração. Um dos bisnetos de Osório - dr. Fernando
Morena Osório -, em nome da família, entregou ao Ministro do Exército a lança de ébano e a valiosa
espada que pertenceram ao Centauro dos Pampas.
O proeminente historiógrafo professor Pedro Calmon, com sua palavra vibrante e persuasiva,
que faz o auditório viver os fatos narrados, em nome do Exército, agradeceu aos descendentes de
Osório a carinhosa doação.
Ao retirar-me declarei que os cavalarianos de hoje, orgulhosos da Cavalaria do Império,
saberiam guardar e preservar, religiosamente, as sacrossantas relíquias recebidas.
O FUNDO DO EXÉRCITO
É um assunto que julgo digno de destaque o da gestão do Fundo do Exército, sob responsabilidade
pessoal do Ministro do Exército.
Foi criado pela Lei n° 4.617, de 15 de abril de 1965, com a finalidade de auxiliar o provimento
de recursos financeiros para o aparelhamento do Exército e para realizações ou serviços que se
façam necessários, a fim de que possa o Exército dar cabal cumprimento às suas missões.
Decretos posteriores, de 1974, ainda no governo Médici, fizeram ligeiras modificações sobre a
maneira de administrá-lo, sem afetar sua finalidade.
A lei que o criou definiu, em seu artigo 3°, as receitas de que disporia, entre elas, uma doação
anual, prevista no orçamento da República, para 1965 e 1966, no valor de 20 bilhões de cruzeiros,
que seria elevada, em 1967, para 25 bilhões de cruzeiros. As quantias estavam expressas nos
cruzeiros da época, significando em moeda atual milhões e não bilhões.
As demais receitas - indenizações, saldos de algumas verbas etc. - careciam de importância.
Manejava-se, portanto, o Fundo na base da concessão orçamentária, sendo nestas condições
indispensável que lhe fossem concedidos outros recursos financeiros para que se pudesse fazer algo
de concreto pelo Exército.
O governo Geisel pouco ou nada deu ao Fundo, além dessa dotação, nos anos em que dirigi o
Ministério do Exército; pelo contrário, sobrecarregou-o com uma parcela no pagamento dos canhões
antiaéreos Oerlikon, adquiridos numa transação comercial de governo a governo entre o Brasil e a
Itália.