IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1
o Exército, emitindo referências depreciativas e, não raro, insultuosas contra seus integrantes de
todos os níveis da hierarquia, deformando fatos e enodoando-lhes a imagem, construída ao longo
de um passado de lutas e idealismo pelo bem do País.

À aproximação da Semana da Pátria, e mesmo no seu início, intensificaram-se publicações,
sob formas diversas, configurando uma campanha de agressão às Forças Armadas e de
descrédito da Revolução. Procuram seus promotores, em última análise, denegrir a reputação do
Exército para incompatibilizá-lo com a Nação.

Entretanto, tal propósito jamais será alcançado, pois somente a fé púnica ou o
desconhecimento da sadia formação do militar podem conduzir alguém a admitir tenhamos
atitudes desumanas ou reprováveis.

É contristador, por isto, que periódicos de reconhecidos conceito e equilíbrio agasalhem
declarações de indivíduos condenados por delitos previstos na legislação, comum e especial,
dando-lhes publicidade para acusar militares que se sacrificam no sentido de proteger a família
brasileira e a segurança geral.

Esta escalada de divulgação de injúrias e falsidades tomou caminhos inaceitáveis,
enveredando pela afronta - pública e clara - à cultuada figura do Duque de Caxias, acinte
vomitado sobre a farda e a espada, símbolos da honra do Exército Nacional. Os militares
repelem, indignados, tais ultrajes e provocações descabidas, certos de que a Nação, também, os
repele, pois o Exército é o seu próprio povo em armas.

Em circunstâncias como esta, o ministro, na qualidade de Comandante Superior do Exército e
de seu defensor natural, adota a providência legal para responsabilizar, criminalmente, os
ofensores, com o objetivo de aguardar, confiante na justiça, abatase sobre os detratores o rigor
da lei. Acaba, portanto, de encaminhar representação, a quem de direito, em defesa da honra da
nossa instituição, tão vilmente atingida.

A 8 de setembro embarquei para Salvador a fim de visitar, no dia 9, a fragata Niterói, recém-
incorporada à Marinha. À cerimônia deveriam comparecer o Presidente da República e os ministros
militares, além de outras personalidades.


No dia 9 de setembro foi a nota divulgada pelos jornais. Sua repercussão pública foi grande e
muito favorável à atitude do Ministro do Exército. Recebi, de vários setores, dezenas de telegramas
felicitando-me pelo procedimento, dito patriótico. Entretanto vozes do palácio do Planalto, sempre
amortecidas pelos reposteiros, murmuravam que eu havia ultrapassado o presidente. Esta estúpida
intriga foi difundida, conforme o jornal de Brasília de 31 de agosto de 1978, no livro A segunda
guerra: sucessão de Geisel de autores inexpressivos, pois se não o fossem, evitariam papaguear em
assuntos que não conheciam, desinformando o público, como era de interesse do famoso grupelho do
Planalto.


O ministro Sylvio Frota não entrou em negociações diretas com o ministro Armando Falcão
Free download pdf