inteira confiança acompanhavam o evoluir da questão, aguardando ordens do ministro. Destes, para
somente citar aqueles que, por terem passado à reserva, não mais estão sujeitos às perseguições
governistas, lembro alguns nomes.
- No Nordeste, o Comandante da 6a Região Militar, general-de-brigada Adyr Fiuza de Castro,
meu leal amigo, cuja lúcida inteligência incomodou sempre os "intelectuais" do Planalto, estava
pronto a agir em favor do ministro, ao menor sinal que dele recebesse ou a qualquer esboço de
reação. - Em Minas Gerais, o meu inesquecível amigo general-de-brigadaArídio Brasil - soube-o
posteriormente - tomou todas as medidas para apoiar-me e esteve em ponto de rebelar-se.
General de nobres dotes morais, ocultava nas suas bonomia e modéstia um caráter firme e
convicções inabaláveis que por várias vezes pôs à prova, em momentos difíceis. Quando, às
vésperas da Revolução de 1964, o presidente João Goulart esteve acidentalmente no Forte de
Copacabana, seu comandante era Arídio Brasil. Nesta ocasião fez ver ao presidente o perigo das
manifestações de fundo marxista que freqüentemente ocorriam. Em palavras respeitosas mostrou o
seu desagrado e o temor de reações castrenses.
João Goulart respondeu, mui secamente, que agradecia o alerta, mas estava seguro do seu
dispositivo militar.
Arídio conhecia, de experiência própria - seu irmão, o meu saudoso amigo generalArione Brasil,
fora gravemente ferido pelas costas por comunistas, no levante de 1935 -, a fúria sanguinária dos
adeptos da "Democracia" de Marx.
No dia 12 de outubro, percebeu logo que estava em jogo, não o prestígio do general Sylvio
Frota, porém o da própria instituição, pelas condições em que fora demitido o Ministro do Exército,
motivo que o dispusera a reagir.
- Os fatos de Brasília serão tratados com relativas minúcias mais adiante. Meses depois de
minha demissão, conversando com o meu amigo general Diegues sobre situações passada e presente,
disse-me ele que lamentava não ter naquela ocasião - 12 de outubro - assumido o comando da 3á
Brigada de Infantaria Motorizada sem pedir a minha autorização; certo estava que se assim tivesse
procedido as coisas teriam mudado. Também acredito.
Este simples bosquejo do quadro militar, que não pode ser ampliado para não comprometer
nomes ainda em plena atividade castrense, dá uma idéia da instabilidade do governo Geisel naquele
dia. Foi exatamente por este motivo que o Planalto liberou a minha nota - dirigida especificamente
aos meus comandados - para divulgação pela imprensa. Todavia, determinou aos generais-de-
exército que proibissem sua difusão nos quartéis e departamentos, temeroso que estava de suas
imprevisíveis conseqüências. Não se encontrava o governo, no setor militar, tão convencido de seu
prestígio como acontecia na área da imprensa, em que contava com a simpatia de numeroso