Jesus Souza, prendeu em boletim, por oito dias, o capitão Barbosa Franco, por ter preparado uma
visita à residência de um oficial-general RI visando a colher informações sobre a situação política
no Exército e não ter levado os fatos ao conhecimento do comandante.
Poucos dias depois da punição, comentou o tenente-coronel Manoel Jesus, entre oficiais, que
"tinha entrado numa fria" ao prender o capitão Barbosa Franco, porém que o fizera em vista de um
oficio, de 12 de abril, do Comandante do 1 Exército, general-de-exército José Pinto de Araújo
Rabello.
Se o tenente-coronel, após ouvir o oficial acusado - de quê? - não o defendeu junto ao general,
lutando para impedir uma injustiça, é, sem dúvida, um subserviente sem condições morais de
comandar uma unidade do Exército.
A sua expressão, conhecida na Vila Militar, "entrei numa fria", escoimada da gíria, significa, em
bom português, "cometi um erro"; portanto, ele próprio confirma ter sido seu subordinado
injustiçado, fazendo-o com apatia, em álacre jargão.
A punição assentou-se, basicamente, em três transgressões da disciplina militar:
- Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas atribuições,
quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito. - Tomar parte, em área militar ou sob jurisdição militar, em discussão a respeito de política ou
religião, ou provocá-la. - Autorizar, promover ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de caráter
reivindicatório, seja de crítica ou de apoio a ato de superior, com exceção das demonstrações
íntimas de boa e sã camaradagem e com conhecimento do homenageado.
Vejamos, em rápida análise, estas incidências.
- Deixar de comunicar...
O capitão não tinha a obrigação de participar ao comandante as visitas particulares que faria. Se,
entretanto, o atual coronel Manoel Jesus admitiu uma confabulação, por que não abriu imediatamente
uma sindicância e só agiu por ordem do Comandante do 1 Exército?
Estava de acordo, ou não sabia?
- Tomar parte, em área militar ou sob...
O capitão negou e nega que assim tivesse agido. Concordara apenas em levar dois colegas à casa
do general Sylvio Frota, quando fosse visitá-lo.