Revolução e comandou, praticamente, a resistência de sua unidade aos violentos ataques dos
"provisórios".4 Foi uma luta heróica e desigual, que sustentou contra os atacantes. Sem condições
para fazer durar a resistência, retirou-se em ordem para Santo Thomé, realizando perigosa travessia
em barcos e canoas. Foi o último a transpor o rio Uruguai, sob tiros dos atacantes que chegavam às
barrancas.
Foi meu comandante de esquadrão, no antigo 40 Regimento de Cavalaria Divisionário; ficamos
amigos, amizade de que até hoje muito me orgulho.
Trabalhando no setor siderúrgico havia mais de dez anos, em maio de 1978 deixou a Presidência
da Siderbras. Atribui o noticiário sua saída às divergências antigas com os ministros do
Planejamento e o da Indústria e Comércio. Todavia, a revista Istoé, de 7 de junho de 1978, ao
noticiar sua demissão, escreve: "É possível que uma visita feita por Alfredo Américo ao general
Frota, alguns dias após sua demissão do Ministério do Exército, tenha concorrido para que caísse em
desgraça..."
É esta a impressão generalizada dos funcionários da Siderbras.Dois amigos meus, vinculados aos setores industriais, cujos nomes não desejo divulgar para não
prejudicá-los, foram chamados pelos presidentes das empresas em que trabalhavam e aconselhados a
cortar relações com o general Frota, porquanto poderiam afetar as negociações com o governo. Um
deles, que arrotava patriotismo e devoção ao trabalho, escafedeu-se logo, ao passo que o outro -
homem digno e de caráter - continuou a visitar-me. Este fato e muitos outros realçam o espírito
mercenário de certos empresários que admitem o lucro como condição sine qua non da vida. Sem ele
não podem encher os bolsos e, portanto, não haverá felicidade. São os patriotas do bolso,
insensíveis, como vimos, até à dignidade de seus empregados.
O capitão da Arma de Cavalaria José Antônio Barbosa Franco casou-se com a filha de um
coronel de Artilharia muito meu amigo. Nossas famílias davam-se bastante e conhecíamos a esposa
do capitão desde menina.
Como está patente, mantínhamos e mantemos estreito relacionamento social. Nos fins de março, o
capitão Franco visitou-me acompanhado por dois colegas de posto e Arma, um deles filho de querido
amigo, general-de-exército Álvaro Alves da Silva Braga, Ministro do Superior Tribunal Militar, já
falecido.
Conversamos por algumas horas, abordando reminiscências da vida de quartel, em particular
exercícios que o antigo Regimento Andrade Neves realizava.
Retiraram-se tarde da noite e nunca mais voltei a ver os dois oficiais acompanhantes do capitão
Franco.
Dias depois, o Comandante do 20 Regimento de Cavalaria de Guardas, tenentecoronel Manoel