E foi essa geração, psicologicamente preparada, que constituiu o Exército Alemão invasor da
Polônia, em 1939, guarneceu os carros das Divisões Panzer, de Guderian, de estrondosas vitórias na
Rússia, e pilotou os aviões da Luftwaffe que despejaram sobre a Inglaterra toneladas de bombas. E
foi ainda ela que forjou os heróicos marujos que mantiveram a bandeira alemã no convés do navio
Admiral Graf Spee no episódio da batalha do rio da Prata.
Os homens da Revolução não pensaram desta maneira ou, se pensaram, não agiram em
consonância com este pensamento. Desperdiçaram um presente valioso, deixando a juventude à
matroca num correntoso rio. Desta falha aproveitaram-se os grupos oponentes para entregar aos
jovens bandeiras que não simbolizavam nossas idéias, mas que foram por eles conduzidas e
defendidas com o ardor e a coragem próprios da mocidade. A cassação dos antigos chefes anti-
revolucionários abriu a esses moços a liderança política da oposição, enquanto nós mantínhamos em
atividade as "velhas raposas", se não mamutes prenhes de soluções da era cenozóica.
Esse foi o futuro de um presente sem visão e mal estruturado.
Sob este aspecto cabe ainda uma observação oportuna, traduzida em indagação. Até que ponto
teria este comportamento revolucionário decorrido de uma imprevidência ou sido intencional,
quando no primeiro governo da Revolução havia homens de inegável tendência esquerdista como os
generais Ernesto Geisel e Golbery?
e) A ineficiência da propaganda revolucionária
As propagandas revolucionária e anti-revolucionária eram e são ações que precisam ser examinadas,
em profundidade, com absoluta isenção de ânimos.
A propaganda eficiente, isto é, objetiva, judiciosa, feita com clareza e inteligência, ao alcance
das camadas mais desfavorecidas e de nível cultural mais baixo, na realidade, nunca houve.
Discursos bombásticos - porém vazios - visando mais a destacar o orador como puríssimo e
intransigente revolucionário, revelando em muitos casos a exigência de mascarar atitudes duvidosas
no passado, eram ouvidos e aplaudidos. Conferencistas abalizados expunham e solucionavam, ante
auditórios selecionados, problemas graves do país.
Todavia, de concreto, nada!
Tal quadro traz-me à memória conceito emitido por ilustre historiador. Escreve ele que o
brasileiro tem a ilusão gráfica, isto é, que elaborada uma lei considera o problema resolvido, quando
a solução não está na confecção da lei, mas sim na sua judiciosa aplicação. Esse juízo encaixa-se
perfeitamente na nossa Revolução.
Toda revolução, focalizada em sua ampla dinâmica, encerra o aparecimento - um espocar - que é
o "fato" revolucionário, e o estabelecimento de uma nova ordem de idéias, em outras palavras, a