capitalismo americano, a influênciajudaica etc. Este grupo, em 1969, colocou-se ao lado do general
Albuquerque Lima.
As coligações reúnem elementos - sejam homens ou nações - visando à conquista de um objetivo
comum, o qual, isoladamente, nenhuma das partes pode realizar. Cada um de seus integrantes tem
interesses próprios que colidem muitas vezes com os de outro ou outros participantes, contudo,
esquece-os temporariamente até que a ameaça geral seja afastada. Então, surgem entre si as
divergências, reacendem-se as reivindicações primitivas e os choques de interesses vêm à tona.
As mais esdrúxulas alianças passam a acontecer, unindo elementos do grupo vencedor aos mais
poderosos dos vencidos, abrindo frentes de dissidências e estabelecendo uma nova conjuntura.
Não é preciso rebuscar nos escaninhos da História uma justificativa, pois os exemplos afloram
em todas as épocas, ao término dos conflitos internacionais. O da última conflagração, ainda bem
vivo, mostra-nos os Estados Unidos e a Rússia lutando ombro a ombro contra o poderio alemão e já
em campos opostos - como sempre estiveram - a partir da ocupação de Berlim.
Na nossa Revolução houve algo de muito semelhante. Todos os grupos queriam o afastamento de
João Goulart e sentiram que a união era o único caminho. No entanto, os militares, embora
indignados com a situação geral, tinham a tônica de seus esforços na luta contra a subversão. Os
empresários, por outro lado, ainda que elementos de seu setor tenham custeado o plebiscito de Jango,
estavam apavorados com as teses de estatização e outras medidas econômicas de caráter socialista,
apregoadas para breve.
Os políticos da oposição buscavam os seus interesses e prestígios provinciais, muito abalados e
dificilmente recuperáveis, caso não ocorresse uma integral reviravolta na situação brasileira. O
bloco juscelinista é um exemplo bem característico. Não foi revolucionário, visto que o seu objetivo
primacial era a eleição, em 1965, do ex-presidente, e com uma revolução feita por militares não
existiria essa possibilidade. Como começassem a aparecer indícios de que Kubitschek não tinha sua
candidatura apoiada por João Goulart, este passou a perder prestígio naquele grupo, a ponto de José
Maria Alkmim não esconder sua satisfação pelo Movimento Militar. O que interessava aos homens
do PSD era a eleição de Juscelino, em 1965; o resto pouco importava. O apoio que o grupo
juscelinista deu à eleição do marechal era o caminho da última esperança naquele sentido, logo
desfeito no dia da cassação do ex-presidente, com a retirada dos congressistas do PSD do plenário.
Os destinos da Revolução estavam inabalavelmente ligados à coesão das Forças Armadas.
Qualquer fissura nestas teria naquela conseqüências imprevisíveis.
Desgraçadamente, essa coesão, pelo que vimos, não foi tão monolítica como se ostentava e as
conseqüências que as cisões trouxeram aí estão para a análise de cada um.
h) O acerto da política externa